Família acha corpo com roupas e pertences de turista carioca que desapareceu no Litoral de SP

Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, visitava a região quando sumiu em março

Por: ATribuna.com.br  -  10/04/24  -  12:48
Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, posando no hostel onde se hospedou em Santos. Ele enviou a foto para a mãe no último dia 15
Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, posando no hostel onde se hospedou em Santos. Ele enviou a foto para a mãe no último dia 15   Foto: Arquivo Pessoal

A família do turista carioca Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, reconheceu um corpo encontrado no dia 28 de março como sendo do homem, que estava desaparecido desde o dia 14 do mesmo mês. Na última segunda-feira (8), familiares estiveram na Baixada Santista para fornecerem amostras para o exame de DNA, que vai confirmar a identidade do corpo.


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Segundo o irmão de Bruno, Marcelo Rodrigues Magalhães, não foi possível identificar visualmente o corpo, visto que ele se encontrava em estado avançado de decomposição. Contudo, ele afirma que os familiares reconheceram objetos que estavam junto ao corpo, como a mochila e as roupas que ele vestia; um short, uma camisa rosa e chinelos, além de documentos.


Procurada, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) informou, através da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) que os familiares do turista compareceram ao Instituto Médico Legal (IML) de Praia Grande para a coleta do material genético, o qual foi encaminhado para análise. Conforme a pasta, assim que finalizados, os laudos serão encaminhados à autoridade policial.


Relembre o caso

Bruno estava desaparecido desde o último dia 15, quando fez seu último contato com a família. Conforme apurado pela Reportagem, naquele dia ele havia ligado para a mãe avisando que faria uma trilha na Praia do Sangava, onde estava acampado sozinho. Desde então, ele não fez mais contato.


Era a primeira vez do turista na Baixada Santista. Segundo o irmão, ele estava hospedado em um hostel no bairro da Vila Belmiro, em Santos. Bruno havia chegado na cidade no dia 5 de março, e retornaria no dia 22.


No dia 12, a vítima teria ido à Praia do Góes, no Guarujá, onde dormiu em um barco e, entre os dias 13 e 14, teria ido para a Praia do Sangava, onde montou a barraca de camping.


“Na sexta-feira, dia 15, o meu irmão ligou para a minha mãe por volta das 16h37, disse que estava bem, que pegaria uma trilha na Praia do Sangava e faria um ‘acampamento selvagem’, porque ficaria incomunicável por um dia, quando acabasse a bateria do celular. Ele ainda enviou uma foto para a minha mãe, que tirou no hostel onde se hospedou”, contou Marcelo à Reportagem.


Vítima de assalto

A história ganhou novo contorno quando uma mulher que foi vítima de assalto na mesma trilha - entre as praias do Góes e do Sangava - registrou um boletim de ocorrência, no dia 16 de março. Segundo o documento, na tarde do dia 15, um homem com as mesmas características físicas de Bruno havia sido baleado na coxa esquerda após reagir a um assalto.


No dia 28 de março, após buscas em uma área de difícil acesso na Praia do Sangava, um grupo de pessoas encontrou um corpo em estado de decomposição e acionou a Polícia Militar. Para a família de Bruno, equipes do IML que analisaram o corpo encontrado disseram que ele apresentava uma perfuração na perna.


A princípio, a hipótese de que aquele cadáver era do turista foi descartada pela família. No entanto, o reconhecimento dos pertences e o relato da mulher vítima de assalto mudaram a percepção dos parentes do homem.


“As características que ela (mulher vítima do assalto) passou são referentes ao Bruno, tem os objetos, pertences que estavam junto ao corpo, a roupa, tudo foi reconhecido pela família. E ele era a única pessoa que estava sumida naquela região”, explicou o irmão o motivo da mudança de percepção dos familiares.


Buscas suspensas

As buscas pelo turista foram iniciadas pelo Corpo de Bombeiros no dia 20 de março e foram até o dia 22 daquele mês. O 6º Grupamento de Bombeiros (GB) afirmou que fez os trabalhos com apoio de cães farejadores. A equipe do canil chegou a descartar que Bruno estivesse na Praia do Sangava e a concluir que ele também não esteve em praias vizinhas, como as do Góes e do Saco do Major.


“As buscas foram suspensas pelo Corpo de Bombeiros até que surjam novos fatos e/ou informações de relevância que possam levar até o encontro da vítima. A família do Bruno foi informada a respeito da suspensão de buscas”, afirmou o grupamento na ocasião.


O 6º GB disse, ainda, que “após todos os trabalhos efetuados na sexta-feira (22 de março), realizando buscas em todas as áreas possíveis de desaparecimento, esgotando todas as possibilidades de encontrar o desaparecido, as buscas foram suspensas pelo Corpo de Bombeiros, até que surjam novos fatos e/ou informações de relevância que possam levar até o encontro da vítima. A família do Bruno foi informada a respeito da suspensão de buscas”.


Após a suspensão da busca pelos Bombeiros, Marcelo conta que a família iniciou buscas por conta própria, com o auxílio de mateiros da região e de drones. Foi dessa maneira que o corpo que supostamente é de Bruno foi encontrado no último dia 28.


À reportagem de A Tribuna, o irmão do turista desabafou a respeito da suspensão das buscas. “Eu não posso confirmar que ele estaria vivo, porque ao que parece o tiro pegou na veia femoral e acredito que ali (o homem) perdeu muito sangue, perdeu a consciência e infelizmente o socorro não seria rápido, mas a gente acredita que o que a família está passando já teria se resolvido (se as buscas tivessem continuado), porque ele já estaria no Rio e já teria sido sepultado, então não estaríamos passando essa aflição toda”.


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