Turista carioca desaparece ao fazer trilha e acampar na 'ilha do tráfico' no Litoral de SP

Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, se comunicou com a mãe pela última vez no dia 15

Por: Bárbara Farias  -  24/03/24  -  07:20
Atualizado em 24/03/24 - 09:16
Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, posando no hostel onde se hospedou em Santos. ele enviou a foto para a sua mãe no último dia 15
Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, posando no hostel onde se hospedou em Santos. ele enviou a foto para a sua mãe no último dia 15   Foto: Arquivo Pessoal

O paradeiro de um turista carioca que acampou em Guarujá, no Litoral de São Paulo, segue sendo um mistério. Bruno Rodrigues Magalhães, de 34 anos, desapareceu há nove dias. No último dia 15, às 16h37, ele ligou para a sua mãe avisando que faria uma trilha na praia do Sangava, onde estava acampado sozinho, e desde então não fez mais contato. Aficionado por trilhas, Bruno visitou a Baixada Santista pela primeira vez.


Em entrevista para A Tribuna, o irmão de Bruno, Marcelo Rodrigues Magalhães, que está em Santos, disse que eles residem no Rio de Janeiro e que Bruno veio para São Paulo de avião. “Ele veio para Santos com as passagens de ida e volta compradas. Ele chegou na terça-feira, dia 5, e retornaria na sexta-feira, dia 22. Hoje (sábado), eu descobri que ele ficou hospedado no Hostel da Vila, no bairro Vila Belmiro, em Santos, até terça-feira, dia 12, onde deixou a mala de viagem com alguns pertences”.


Marcelo contou que Bruno gostava de viajar sozinho e fazer trilhas. “Ele já viajou para muitos lugares sozinho, fazendo trilhas, e nunca ficou tanto tempo sem contato”.


Ele disse que, no dia 12, o irmão seguiu para a Praia do Góes, no Guarujá, onde dormiu em um barco, e que, possivelmente, entre os dias 13 e 14, quarta e quinta-feira, respectivamente, teria ido para a Praia do Sangava, onde montou a barraca de camping. “Na sexta-feira, dia 15, o meu irmão ligou para a minha mãe por volta das 16h37, disse que estava bem, que pegaria uma trilha na Praia do Sangava e faria um ‘acampamento selvagem’, porque ficaria incomunicável por um dia, quando acabasse a bateria do celular. Ele ainda enviou uma foto para a minha mãe, que tirou no hostel onde se hospedou”.


Marcelo comentou que a família está angustiada e que descobriu que a região do Sangava é conhecida como 'ilha do tráfico', pois o lugar seria dominado pelo crime organizado e utilizado como rota de escoamento de cocaína até os navios atracados no Porto de Santos. A droga seria transportada por baixo d’água por mergulhadores profissionais. “Ele pode ter visto alguma coisa lá”.


Marcelo disse que perguntou sobre Bruno para a sua mãe no domingo (17) e descobriu que ele ainda não havia se comunicado. “Na terça-feira (19), ainda sem notícias dele, eu fiz o boletim de ocorrência on-line e desci para Santos, de carro, às 23h”.


O irmão do turista relatou que contatou um pessoal que faz trilhas na Baixada Santista que ajudou a divulgar sobre o desaparecimento de Bruno nas redes sociais. Alguns dias depois, um barqueiro localizou a barraca de Bruno montada na mata, desmontou, recolheu os pertences e entregou a ele. “Ele me entregou a barraca e uma mochila com roupas, a carteira (com dinheiro e cartões), entre outras coisas. O celular e um cordão que o Bruno usava não foram encontrados. O barqueiro também me disse que teria visto o Bruno com duas pessoas, no sábado ou no domingo, mas não sabia dizer se elas estavam com ele ou se ele as encontrou ali na hora”.


“Eu já fui ao Corpo de Bombeiros e às delegacias em Guarujá e em Santos, mas ainda não temos notícias do meu irmão”, afirmou Marcelo.


Buscas do Corpo de Bombeiros

O 6º Grupamento de Bombeiros (6º GB) informou que o Corpo de Bombeiros realizou uma operação de buscas durante três dias consecutivos, entre quarta (20) e sexta-feira (22). “Na sexta-feira (22), o Corpo de Bombeiros realizou novos procedimentos de varredura e busca, com o apoio de cães farejadores. A equipe do canil descartou qualquer possibilidade de o indivíduo desaparecido estar na Praia do Sangava e concluiu que ele também não está nas regiões adjacentes, como a Praia do Góes e a Praia Saco do Major”.


O 6º GB informou ainda que “após todos os trabalhos efetuados na sexta-feira (22), realizando buscas em todas as áreas possíveis de desaparecimento, esgotando todas as possibilidades de encontrar o desaparecido, as buscas foram suspensas pelo Corpo de Bombeiros, até que surjam novos fatos e/ou informações de relevância que possam levar até o encontro da vítima. A família do Bruno foi informada a respeito da suspensão de buscas”.


Polícia Civil investiga o paradeiro de Bruno

O desaparecimento de Bruno Magalhães é investigado pelo setor de homicídios do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), vinculado ao Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter-6).


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