Manoel Herzog reúne contos na coletânea Ode ao Bidê
Autor santista lançará livro no próximo dia 31, em Santos. Obra é o primeiro projeto do escritor em 2020
O ano começa com uma ótima notícia para os fãs do escritor santista Manoel Herzog. No próximo dia 31, na Realejo Livros, ele lançará a primeira obra de contos da carreira. Ode ao Bidê e Outras Histórias (Editora Patuá) é uma coletânea com esses contos.
Dois dos contos (Meus discos, meus livros e nada mais / O Keith Richards de Passa Quatro), inclusive, foram publicados no Blog n’ Roll, quando Herzog assinava a coluna Poesia & Rock junto com outros autores renomados da região como Flávio Viegas Amoreira, Marcelo Ariel, Ademir Demarchi e Alessandro Atanes.
“Sempre priorizei o romance e a poesia. Os contos, devido ao formato mais sucinto, eram publicados em veículos esparsos, daí nunca havia pensado em reuni-los num volume. Talvez tenha chegado a hora”, justificou Herzog.
As características da escrita do santista estão mantidas. Humor ácido, referências pop e cutucadas em todos os cantos.
“A pegada do livro é de fato humor ácido, assim o que inspira é o mesmo que irrita. Chegamos a um ponto que, se não fizer troça da desgraça que estamos vivendo, do desmonte do país, da identidade nacional, a gente periga não aguentar o tranco”, argumenta sobre o tom adotado em Ode ao Bidê, mas presente em todos os seus livros.
O próprio título do livro remete ao tom crítico de Herzog. Ode ao Bidê é o nome de um dos contos também.
“Achei o mais significativo, mais adequado à proposta da obra, que é glamourizar a escatologia. O Brasil vive um período em que o mau gosto, a baixaria, tomaram conta do cenário, naturalizados como forma de ser e agir. No tempo em que usávamos Bidê éramos mais felizes”.
Enquanto divulga o livro de poemas, Herzog já pensa em outros projetos. Ainda neste ano pretende lançar um volume de poemas. O próximo romance, segundo o autor, já está pronto, mas deve ser lançado somente em 2021.
Nos últimos anos, Herzog manteve uma produção muito ativa. Destacam-se as obras CBA - Companhia Brasileira de Alquimia, Sonetos de Amor em Branco e Preto, Dec(ad)ência, A Jaca do Cemitério é Mais Doce e Boa Noite Amazona. Os dois últimos lançados pela Companhia das Letras.
Música
No ano passado, Herzog, junto com o amigo Marcos Canduta, lançou o álbum Canções de Amor Caiçara. O disco teve bastante repercussão e contou com a participação especial de nomes como Chico Buarque e Zeca Baleiro. Uma sequência não está descartada.
“Eu e meu parça, Canduta, seguimos firmes. Há material para outro CD a qualquer tempo”, revela o autor e compositor.
