Em pouco mais de um mês, a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que administra os portos de Vitória e de Barra do Riacho, deixará de ser pública após 116 anos. O contrato de concessão pelo qual se passará a gestão para a empresa Quadra Capital será firmado em 12 de setembro.
A assinatura — que prevê a concessão por 35 anos, prorrogável por mais cinco — dará fim ao primeiro processo de desestatização portuária do País, como planejado pelo Governo Federal. Ele pretende usar o modelo como exemplo para outras autoridades portuárias. Entre elas, a Santos Port Authority (SPA), gestora do complexo portuário santista, que a União quer desestatizar neste ano.
Em nota, a Codesa afirmou que, antes de a concessão ser selada, será assinado um contrato de compra e venda em 23 de agosto. Em março, a companhia foi arrematada por R$ 106 milhões pelo consórcio FIP Shelf 119 - Multiestratégia, administrado pela Quadra Capital, em leilão na Bolsa de Valores de São Paulo.
Os investimentos e a manutenção são estimados em R$ 855 milhões. Com isso, a movimentação de cargas no Porto de Vitória deverá dobrar, de 7 milhões para 14 milhões de toneladas por ano. Em Barra do Riacho há possibilidade de exploração de novas áreas.
Comitivas lideradas pelo ministro Marcelo Sampaio estiveram nos Estados Unidos, em maio, e na Europa, neste mês, para explicar o modelo de concessão a investidores globais. O secretário de Portos, Mário Povia, disse para A Tribuna em junho que sua meta é “bater o martelo este ano”.