Morador de rua é preso suspeito de matar o menino Gabriel em Registro

O morador de rua Nilton César Batista Muniz, de 30 anos, teve mandado de prisão temporária expedido contra si nesta quinta-feira (29), em Registro, no Vale do Ribeira. Ele é investigado pelo homicídio do menino Gabriel Lopes Coutinho, de oito anos, que desapareceu no dia 11 de agosto após sair para empinar pipa na frente de casa.

De acordo com o delegado Marcelo Luis Alves de Freitas, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Registro, o morador de rua é suspeito dos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O corpo da criança foi encontrado na segunda-feira (26), no Rio Ribeira.

Segundo as investigações, a criança pode ter sido arremessada de uma ponte próxima ao local onde Nilton César costumava dormir, a cerca de 2 km do bairro Vila Ouro, onde mora a família de Gabriel.

Dentre as provas encontradas em poder do investigado, havia roupas íntimas femininas, roupas de criança, um livro com conotação sexual, uma Bíblia e um carretel de linha para pipa pertencente a Gabriel. Além disso, foi localizado com ele um agasalho com manchas que podem ser do sangue do menino, que ainda passa por perícia.

Corpo encontrado

Um corpo em avançado estado de decomposição foi encontrado boiando às margens do Rio Ribeira de Iguape, na altura da cidade de Registro, na tarde de segunda-feira. Equipes da Polícia Civil e do Instituto de Criminalística (IC) foram acionadas para o local. A suspeita de que se tratava do menino Gabriel foi confirmada nesta quinta-feira.

O corpo estava na água, com as mãos amarradas, em um trecho do rio no bairro Jiporuva, e foi retirado pelo Corpo de Bombeiros. O corpo também estava com uma bermuda da cor laranja, similar à que o garoto usava no dia em que sumiu, e uma correntinha que seria a mesma que a mãe o presenteou.

Na noite de domingo (25), pescadores já haviam localizado o corpo de uma criança em outro trecho do Rio Ribeira, e acionado a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. Equipes do Instituto de Criminalística e da Polícia Civil foram ao local, mas a corpo não foi encontrado no trecho indicado, na altura do bairro Guaviruva.

Desaparecimento

Gabriel foi visto pela última vez na tarde do dia 11 de agosto. Segundo a mãe do garoto, ele teria saído de casa para brincar de empinar pipa com amigos, mas não foi mais visto desde então. Familiares da criança o procuraram por diversas ruas do bairro Vila Ouro, além da região de mata próxima. A Polícia Civil da cidade instaurou um inquérito sobre o sumiço de Gabriel no dia 13.

Ação conjunta da Polícia Militar, Civil e do Corpo de Bombeiros auxiliou nas buscas pelo menino. Além disso, houve a presença de cães farejadores e também do helicóptero Águia da PM.

Na última semana, a Polícia Civil realizou um interrogatório com a mãe de Gabriel e com o padrasto, ambos na Delegacia de Registro, como parte das investigações. Peritos do Instituto de Criminalística foram até a casa da família para realizar perícia. Eles utilizaram um composto químico conhecido como luminol para verificar se havia vestígios de sangue de Gabriel nos cômodos da casa.