Guarujá tem 31 endereços como alvos da Polícia Federal em operação que mira corrupção

Nova fase da Operação Nácar foi deflagrada nesta terça-feira (29) e abrange três cidades da Baixada Santista

Por: Daniel Gois  -  29/03/22  -  13:35
Atualizado em 29/03/22 - 13:38
Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em Guarujá, Santos e São Vicente
Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em Guarujá, Santos e São Vicente   Foto: Matheus Tagé/AT

A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados de busca e apreensão em 31 endereços de Guarujá na manhã desta terça-feira (29), durante a segunda fase da Operação Nácar, que apura possíveis desvios de recursos públicos na Saúde e Educação do Município. Em São Paulo e Minas Gerais, foram cumpridos 55 mandados. Além disso, houve o pedido de afastamento de seis servidores públicos. A PF não mencionou nomes nem cidades, tampouco se eles são ligados aos poderes Executivo ou Legislativo. A investigação corre sob sigilo judicial.


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Um dos endereços visitados pelos agentes da PF foi o apartamento do prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), em Pitangueiras. Em setembro de 2021, a primeira fase da Operação Nácar contou com as prisões dele e do então secretário municipal de Educação, Marcelo Nicolau. Contudo, nesta terça, não houve mandados de captura a serem cumpridos. Detalhes da operação foram revelados em entrevista coletiva realizada na sede do órgão, no Centro de Santos.


"Dentre as determinações da Justiça, além dos mandados de busca e apreensão, também foram ordenados o sequestro de mais de R$ 110 milhões em bens e valores, além do afastamento de ocupantes de cargos eletivos e comissionados", resumiu o delegado da PF, Márcio Magno Xavier.


A segunda fase da operação aconteceu em sete cidades de São Paulo (Guarujá, Santos, São Vicente, São Bernardo do Campo, Carapicuíba, São Paulo e Campos do Jordão) e uma de Minas Gerais (Brazópolis). Entre os itens bloqueados a pedido da Justiça Federal e citados por Xavier, estão carros de luxo, documentos e dinheiro em espécie.


"Foi apreendido dinheiro em espécie, veículos de luxo e documentação que será analisada. O valor ainda não foi totalmente apurado e está sob sigilo", complementou o delegado da Polícia Federal Raphael Astini.


Organizações sociais

O objetivo da operação é apurar possíveis desvios de recursos públicos e superfaturamento em contratos licitatórios, intermediados por organizações sociais. As ações são conduzidas em conjunto pela PF, Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU). O delegado Fabiano Lucena Martins, coordenador de repressão à corrupção da Polícia Federal, explicou o funcionamento desse esquema criminoso.


"É uma investigação que se destina a colher elementos sobre possíveis fraudes relacionadas a organizações sociais, que entram como facilitadoras desses esquemas. A fraude licitatória enseja uma contratação superfaturada. Esse superfaturamento tem que ir pra algum lugar. Normalmente, esse valor excedente volta em forma de propina".


Operação Nácar

Segundo apurado por A Tribuna, o prefeito de Guarujá teria saído do apartamento onde mora nesta terça-feira, minutos antes da chegada dos agentes. Os policiais também estiveram no Paço Municipal e na Câmara Municipal de Guarujá.


Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas podem variar de 12 a 46 anos de prisão.


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