Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos. Ele foi internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, no dia 29 de novembro, para a realização de exames, após apresentar inchaço por todo o corpo. O ídolo do Santos e da Seleção Brasileira tratava de um câncer no cólon.
A internação não estava agendada. Pelé foi levado ao hospital pela esposa, Márcia Aoki. O quadro de saúde do maior jogador de futebol de todos os tempos era considerado preocupante.
O Rei do Futebol apresentou quadro de anasarca (inchaço generalizado pelo corpo), síndrome edemigênica (edema generalizado), uma "insuficiência cardíaca descompensada" e ainda infecção respiratória. A quimioterapia também não apresentava mais efeito contra a doença.
Boletim médico
Na quarta-feira (21), a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein emitiu um boletim médico relatando a progressão oncológica no corpo do Rei do Futebol. Dos cinco comunicados até então, este foi o primeiro que acendeu alerta da gravidade e avanço da doença por parte dos médicos responsáveis pelo tratamento de Pelé.
O hospital informou que o Rei do Futebol morreu às 15h27 desta quinta-feira (29), devido a falência múltipla dos órgãos, como resultado da progressão do câncer de cólon.
Último Natal em família
O Rei do Futebol passou seu último Natal com a família reunida no hospital. A programação era que os filhos celebrassem a data na casa de Pelé, em Guarujá, no litoral de SP, mas a piora clínica no quadro de saúde fez os planos mudarem.
Gêmeo de Celeste, Joshua foi o último filho a chegar no Hospital Albert Einstein. No domingo de Natal (25) a primogênita Kely Nascimento posou ao lado dos irmãos e publicou uma foto nas redes sociais. "Mais uma noite juntinhos com ele", escreveu. Antes disso, ela tinha compartilhado e celebrado as chegadas de Joshua e Edinho.
Luta pela saúde
A batalha de Pelé pela saúde é de longa data, antes mesmo de descobrir o câncer. O ex-atleta passou por duas cirurgias no quadril. A primeira ocorreu em 2012, mas segundo o próprio Rei do Futebol, houve um problema médico, que resultou em uma operação de correção, ocorrida em 2015.
Devido a segunda cirurgia, o ex-atleta apareceu de cadeira de rodas em 2017 para o sorteio dos grupos da Copa do Mundo do ano seguinte, algo que chamou a atenção em todo o planeta para seu estado de saúde.
Em 2021, Pelé descobriu um tumor no cólon, identificado por exames de rotina, e passou por cirurgia. Posteriormente, foi iniciado o tratamento com quimioterapias.
O maior de todos os tempos
Pelé não é considerado o Rei do Futebol por qualquer motivo. A lista de feitos individuais e coletivos é imensa: três Copas do Mundo, dois Mundiais de Clubes, duas Libertadores, seis Brasileiros, 10 Paulistas, mais de 1.200 gols e uma marca eternizada no esporte.
Nascido em Três Corações (MG), o ídolo mundial jogou por 18 anos no Santos, onde fez parte de um ataque lendário ao lado de Pepe, Coutinho, Dorval e Mengálvio, entre 1956 e 1974.
O Rei encerrou a carreira no New York Cosmos, dos Estados Unidos, onde atuou entre 1975 e 1977. Pelé defendeu a Seleção Brasileira entre 1957 e 1971, entrando para a história com os títulos da Copa do Mundo em 1958, 1962 e 1970.
Foto
A primeira foto ilustrada na matéria foi realizada pelo ex-fotógrafo de A Tribuna, Raimundo Rosa, no dia 6 de novembro de 1997. Na ocasião, o Rei visitava a Vila Belmiro. 'Foi um dia de expectativa. Ele chegou em um carro humilde e atendeu a todos que estavam próximos a ele. Um cara como ele não vai existir. Ele era um cara diferenciado, muito calmo e atencioso.