Jogadores do Santos compartilham post sindical que reprova corte de salários no clube

A decisão do Santos de cortar 70% do salários de atletas e funcionários ainda rende. Nesta quinta-feira (14), os jogadores do Peixe usaram as suas redes sociais para compartilhar uma nota de solidariedade publicada pelo Sindicato dos Atletas Profissionais do Município de São Paulo (SIAFMSP) contra a medida adotada pela diretoria alvinegra. 

Os goleiros Everson, João Paulo e John, os zagueiros Lucas Veríssimo, Luiz Felipe, Wagner Leonardo e Lucas Veríssimo, os laterais Felipe Jonatan e Pará, os meio-campistas Jean Mota, Diego Pituca, Jobson, Evandro e Carlos Sánchez, assim como os atacantes Lucas Venuto e Eduardo Sasha, fizeram questão postar o comunicado para endossar a insatisfação com o corte em seus vencimentos. 

A nota do SIAFMSP classificou o posicionamento do Santos para com os seus jogadores como de "absurdo desamparo". Ainda de acordo com o comunicado, o sindicato alega que o presidente José Carlos Peres tem apresentado "argumentos inverídicos". 

Anteriormente, Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo (Sapesp), em entrevista para ATribuna.com.br, já havia se queixado da postura do Santos, afirmando que os dirigentes do clube "tinham que ter mais habilidades para resolver" a situação.

Na manhã desta quinta-feira (14), o Santos, por meio de uma nota oficial, alegou que ainda negocia com o elenco um desfecho sobre a redução salarial. Porém, confirma que, assim como os atletas, todos os funcionários tiveram cortes em seus vencimentos.

Confira a nota do SIAMEMSP na íntegra:

O Sindicato dos Atletas de Futebol do Município de São Paulo (SIAMFMSP), que tem mantido amplo diálogo com toda a categoria (homens e mulheres) e demais representantes do setor, manifesta completo apoio aos atletas que, nesse momento, têm sofrido absurdo desamparo por parte dos clubes empregadores. 

Ainda que com características peculiares, estamos falando de uma relação empregador e empregado, regida por leis e contratos. Ainda que esteja além de nossa alçada municipal, prestamos irrestrita solidariedade ao que acontece com os atletas do Santos F.C., com quem temos tido contato permanente. 

Embora tenham negociado um valor de desconto com a direção (de 30% de seus salários), justamente por compreender a triste e atípica situação que todos vivemos em função da pandemia, a diretoria, na figura do presidente, não apenas não honrou com o combinado, descontando absurdos 70% dos vencimentos, como apresenta argumentos inverídicos para a imprensa em relação à conversa com os atletas do clube. 

É inadmissível que os atletas passem por essa situação ou qualquer outra semelhante, seja no município de São Paulo ou em outros, no masculino ou no feminino - onde inclusive há relato de inacreditável ausência de repasses de verbas destinadas exclusivamente aos salários das jogadoras. 

A categotia não aceitará que péssimas gestões utilizem a covid-19 para justificar falhas de planejamento anteriores à pandemia.