Retranca egípcia é desafio ao Brasil nas quartas de final do torneio olímpico

Equipe treinada por André Jardine tem sofrido contra defesas fechadas, principal característica da seleção do Egito

Por: Bruno Rios  -  30/07/21  -  07:37
 A seleção do Egito obteve a classificação no Grupo C, deixando para trás a Argentina
A seleção do Egito obteve a classificação no Grupo C, deixando para trás a Argentina   Foto: Reprodução/Twitter

A seleção brasileira olímpica de futebol masculino deve ter pela frente neste sábado (31), nos Jogos de Tóquio, o adversário surpreendentemente mais complicado até aqui na caminhada rumo ao bicampeonato. Com um sistema defensivo forte e eficiência máxima nos contra-ataques, o Egito será o rival da equipe treinada por André Jardine, às 7 horas. E antes que você pense que estou exagerando na dose ao falar dos africanos, é bom saber que eles eliminaram a Argentina no Grupo C e seguraram a Espanha, que acabou na liderança da chave.


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Ao Brasil, há duas opções: se reinventar para não sofrer ou encarar uma espécie de teste cardíaco gratuito nas quartas de final. Se contra a Costa do Marfim e a Arábia Saudita foi difícil quebrar a muralha defensiva rival e repetir a desenvoltura técnica da estreia contra a Alemanha, a tendência é de que o desafio seja ainda maior contra o Egito, que não tem vergonha alguma de deixar o comando das ações ao adversário, ficando à espera de uma oportunidade que pode ser a suficiente para abrir o placar e administrar a vantagem no marcador.


Foi exatamente dessa forma que os egípcios conseguiram segurar um 0 a 0 contra os espanhóis, perderam apenas de 1 a 0 para os argentinos e, quando quase ninguém mais dava alguma coisa por eles, venceram a Austrália por 2 a 0, conquistando a classificação para o mata-mata. Entre os destaques do time, pontuo o meia-atacante Ramadan Sobhi, que não vingou em sua passagem pelo futebol inglês, mas possui habilidade suficiente para encontrar espaços onde menos se espera em campo, e o atacante Ahmed Rayan, autor de um gol contra os australianos.


É fato que a coisa poderia ser ainda pior para o Brasil, caso os atacantes Mostafa Mohamed e Salah tivessem sido liberados por seus clubes - Galatasaray e Liverpool, respectivamente -, mas deve-se ficar atento aos atletas que estão em solo japonês. Aos brasileiros, o caminho será pressionar em busca do primeiro gol e, a partir disso, ter calma suficiente para lidar com a situação. O próprio técnico do Egito, Shawky Gharib, admitiu que um problema de sua equipe é perder o foco nas partidas e sair atrás no placar pode contribuir para isso.


Vale lembrar que, por mais que o Egito tenha suas armas, nosso sistema ofensivo possui potencial suficiente para se impor ao longo dos 90 minutos. Gosto da combinação do meia Claudinho se destacando na armação de jogadas e o trio Antony, Matheus Cunha e Richarlison trocando posições no ataque, como destaquei na semana passada.


Se o jogo deste sábado fosse por um torneio de pontos corridos ou um amistoso, apostaria facilmente na vitória do Brasil. Só que, como se trata de uma partida eliminatória em plena Olimpíada, os riscos se multiplicam.


O curioso é que, nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, as duas seleções se enfrentaram na 1ª rodada do torneio em que o Brasil acabaria ficando com a medalha de prata. Foi um jogo complicado, com vitória brasileira por 3 a 2 e dois nomes de peso anotando gols por suas seleções: Neymar e Salah. Nove anos depois, a retranca egípcia permitirá que esse placar se repita?


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