Estreia da seleção olímpica de futebol serve para animar a torcida

Produção ofensiva e faro de gol de Richarlison são os pontos positivos do time de André Jardine

Por: Bruno Rios  -  23/07/21  -  06:28
 O atacante Richarlison foi o grande nome da estreia do Brasil na Olimpíada, com três gols
O atacante Richarlison foi o grande nome da estreia do Brasil na Olimpíada, com três gols   Foto: Divulgação/CBF

Se a primeira impressão é a que fica, o torcedor já pode esfregar as mãos e se preparar para madrugadas e manhãs de futebol bem jogado durante os Jogos de Tóquio-2020. Na quinta-feira (22), os garotos da seleção brasileira olímpica não só venceram a Alemanha por 4 a 2, em Yokohama, na estreia do torneio masculino, como apresentaram ótimo rendimento em campo, surpreendendo quem acompanhou as inúmeras dificuldades na fase de preparação, recheada de vetos a convocados e coroada com uma vexatória derrota para Cabo Verde.


Mesmo sem contar com o grande líder do ouro olímpico em 2016, o atacante Neymar, o elenco que veste a amarelinha em solo japonês tem nomes de peso e qualidade, o que tornava ainda mais incompreensível a caminhada cheia de tropeços até Tóquio. Entre os destaques, o lateral-direito Daniel Alves, que aos 38 anos segue rendendo bem na posição, o meia Claudinho e os atacantes Antony e Richarlison, que deitou e rolou para cima dos alemães, marcando três gols e demonstrando um apetite que nos desacostumamos a ver quando a equipe principal vai a campo.


Richarlison, por sinal, é um atleta que precisa ser visto com mais carinho por parte da torcida brasileira. Alguns insistem em não enxergar qualidade no seu futebol e questionam as seguidas convocações feitas pelo técnico Tite. Mas ele consegue atuar tanto em posição de referência no ataque, mais centralizado, quanto pelas pontas. Tendo ao lado um ou mais companheiros com as mesmas características, isso se torna uma poderosa carta na manga para a seleção, pois permite constantes trocas de posições e dá um nó na defesa rival. A Alemanha que o diga.


Por sinal, ficou claro que o time alemão não é grande coisa e isso até facilitou a vida do Brasil, mas outros pesos-pesados também tropeçaram feio na rodada inaugural do torneio olímpico masculino: a França foi goleada pelo México, a Espanha empatou com o Egito e a Argentina acabou superada pela Austrália. Já o grupo treinado por André Jardine se impôs, com direito a 22 finalizações contra o gol adversário e um caminhão de oportunidades perdidas - esse, por sinal, foi o ponto que mais me preocupou na partida da estreia.


Além de o setor ofensivo afiar a pontaria com urgência, a defesa brasileira merece atenção nos próximos treinamentos, pois dormiu no ponto na etapa final e ajudou a complicar uma partida que caminhava para acabar numa goleada histórica. Se fosse em outra situação, a falha gritante do goleiro Santos no primeiro gol alemão, por exemplo, poderia custar o resultado positivo ou até mesmo o sonho olímpico.


Quem ficou empolgado (eu estou nessa lista) já pode programar o despertador ou esticar o sono no fim de semana. No domingo (25), o Brasil volta a campo às 5h30, contra a perigosa e fisicamente forte Costa do Marfim, também em Yokohama. A tendência é de que o jogo seja mais complicado, até pelos marfinenses contarem com nomes de peso no elenco, como o meia Kessié, do Milan, mas se a apresentação brasileira de ontem se repetir, valerá a pena cair da cama.


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