Finais da Copa América e Eurocopa são dois presentes para o torcedor

A Copa América pode ter demorado horrores para engrenar, como eu comentei na semana passada, mas terá no sábado (10) à noite, no Maracanã, a decisão que a maioria esperava há anos e desde 2007 insistia em não ocorrer, com Brasil e Argentina duelando pela taça. Como se isso não bastasse, no domingo (11) à tarde, a Eurocopa chegará ao fim com um confronto especial em Wembley: Inglaterra x Itália. Com uma sequência dessas, quem ganha é o torcedor, tão maltratado ultimamente devido à sequência de jogos ruins em competições encavaladas por conta da pandemia e da ganância dos cartolas.

Começando pela final do torneio sul-americano, o clássico no Rio de Janeiro conta com diversas histórias que merecem ser apreciadas e, antes mesmo da bola rolar, dão um tempero especial e até certo ponto inesperado a uma criticada Copa América. Além do histórico duelo entre duas das escolas futebolísticas mais importantes do planeta, a decisão entre Brasil e Argentina significa ter Neymar de um lado e Messi do outro. São dois craques duelando por uma taça e desfilando talento por 90 minutos. Com um detalhe: os dois estão jogando muito bem na competição continental.

O argentino, em especial, vem deitando e rolando. Dos 11 gols argentinos no torneio, ele participou de nove, com quatro bolas na rede e cinco assistências. Já Neymar teve envolvimento em cinco dos 12 gols brasileiros, marcando dois e dando passes a outros três. E o jejum de títulos de 28 anos dos nossos rivais traz uma dose extra de drama à partida. A Argentina não conquista um troféu com sua seleção principal desde a Copa América de 1993 - ou seja, Messi jamais foi campeão pelo seu país e sonha em colocar um ponto final nisso. Tem como não ficar ansioso?

No dia seguinte, a cereja no bolo virá diretamente de Londres. Com um ótimo nível técnico, a Euro terá um duelo espetacular entre Inglaterra e Itália, em Wembley - as equipes são as que tiveram o melhor desempenho até aqui. Chamo atenção, em especial, para a recuperação dos italianos, que abordei de forma detalhada na coluna de duas semanas atrás. Há três anos, a Itália nem foi à Copa do Mundo da Rússia. Agora, está a um jogo de ser campeã europeia.

Trata-se de um avanço inacreditável e que só faz aumentar o meu respeito pelo trabalho do treinador Roberto Mancini, que montou a equipe do zero. E por conta das voltas que a vida dá, um menino nascido em Santos e criado no BNH Aparecida está a um passo de vencer a Eurocopa como titular. O lateral-esquerdo Emerson Palmieri, que possui cidadania italiana, assumiu a titularidade da Squadra Azzurra na semifinal, jogou bem contra a Espanha e é uma arma para construir a vitória.

Já os ingleses disputam pela primeira vez uma final de peso desde a vitória na Copa do Mundo de 1966 e lutam contra o estigma de amarelarem nos momentos decisivos, capitaneados por um inspirado Sterling e com o artilheiro Kane como referência ofensiva. Por tudo isso e muito mais, estou na torcida para que as horas passem logo, pois este final de semana tem tudo para ser especial a quem ama futebol.