Com pátios e berços cheios, terminais portuários perdem produtividade nas importações

Problema tem origem no atraso e mudança das rotas de navios

Por: Ágata Luz  -  13/05/22  -  19:21
Atualizado em 13/05/22 - 20:12
Terminas não estão operando de maneira ineficiente
Terminas não estão operando de maneira ineficiente   Foto: Carlos Nogueira/ AT

O novo gargalo nas exportações brasileiras, identificado pelo grupo de trabalho (GT) da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), também afeta a produtividade dos terminais portuários brasileiros. Isso porque o atraso na rota dos navios e o cancelamento de embarques ocasiona um acúmulo de carga conteinerizada nos portos. A diretora da agência, Flávia Takafashi, afirma que a agência reuniu dados sobre este problema, que acaba refletindo na importação brasileira.


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"Não há uma queda de produtividade no sentido que os terminas estão operando de maneira ineficiente, mas como os pátios e os berços estão mais cheios em determinados períodos, eles precisam realocar todo o seu modo de operação para conseguir atender a carga da melhor maneira possível”, explica.


O problema acaba refletindo na importação brasileira, pois nesses casos, a prioridade dos terminais é receber o navio que irá coletar o produto voltado para a exportação, visando desocupar os pátios. “Com isso, às vezes os terminais precisam deixar de receber cargas de importação. Isso tem gerado todo um rearranjo logístico na chegada de cargas ao Brasil”.


Em relação à exportação, Flávia alerta para o maior risco em meio à dificuldade atual: a possível queda de credibilidade dos produtos brasileiros no comércio exterior, já que, com os atrasos, o exportador não consegue dar previsibilidade de quando a carga chegará ao destino.


"O problema que começa como de falta de contêiner acaba sendo mais uma crise de previsibilidade”, enfatiza, explicando que o grupo de trabalho (GT) da Antaq foi formado no ano passado para analisar os impactos da crise mundial de contêineres no setor portuário brasileiro por meio de conversas com armadores, importadores, exportadores e representantes dos 19 terminais portuários de contêineres que existem na costa brasileira.


Ainda segundo os estudos, o segmento mais afetado pelos atrasos e omissões é o agronegócio. “É quem vem trazendo muita demanda com reclamações para a Antaq. Temos feito reuniões com os usuários e esse tem sido um segmento com impacto significativo”, diz, explicando que o Brasil exporta muita carga frigorificada, entre outros produtos, por meio de contêineres.


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