Médico ligado ao PCC é condenado por manter depósito de drogas em casa, no Litoral de SP

Alexandre Pedroso também é investigado por facilitar assassinato em hospital

Por: ATribuna.com.br  -  01/05/24  -  17:40
Alexandre Pedroso foi preso durante plantão no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, em 2022
Alexandre Pedroso foi preso durante plantão no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, em 2022   Foto: Reprodução

O médico Alexandre Pedroso Ribeiro, investigado por ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), foi condenado a oito anos e nove meses de prisão, em regime fechado, pela Justiça de Guarujá, no litoral de São Paulo. A sentença ocorre após mais de 62 kg de cocaína serem encontrados na casa de Pedroso, que também é investigado por facilitar o assassinato de um paciente dentro do Hospital Santo Amaro (HSA).


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A sentença foi estipulada pelo juiz Thomaz Correa Farqui, da 2ª Vara Criminal de Guarujá, e tem como base a descoberta de um depósito com 68 tabletes de cocaína na casa de Pedroso, no Jardim Acapulco, em outubro de 2021. O médico também foi condenado a pagar um valor aproximado de R$ 6 milhões em multa.


Farqui, na sentença, considerou Alexandre como um ‘perigoso traficante’ que possuía envolvimento com membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), os quais eram vistos frequentando a casa dele.


O magistrado ressaltou que a quantidade de cocaína apreendida na casa do médico está avaliada em cerca de R$ 7,56 milhões, o que é considerado o bastante para abastecer os pontos de tráfico de toda a Baixada Santista.


Alegações

Pedroso negou a prática dos crimes em juízo, dizendo que um amigo de longa data estava construindo uma loja no Condomínio Acapulco e a supervisão do empreendimento era realizada por outro homem, o qual conhecia superficialmente e já levantava suspeitas de seu comportamento.


Esse desconhecido, segundo Pedroso, estava sempre falando ao celular, vivia carregando malas e sempre trocava de carro. Mesmo assim, o médico decidiu hospedá-lo, junto com o amigo, em sua casa enquanto a construção estava em andamento. O réu acreditava que as drogas encontradas eram dele.


Esse suspeito indicado por Pedroso teria deixado a casa no mesmo dia em que foram encontradas as drogas. Entretanto, o juiz considerou essa versão apresentada pelo médico como "completamente inverossímil", por acreditar ser "inimaginável" que o acusado deixaria um homem que mal conhecia e com atitudes suspeitas hospedado em sua casa por tantos dias.


Morte em hospital

Alexandre também é acusado de facilitar a morte de um homem no dia 24 de abril de 2022. A vítima, identificada como Gilianderson dos Santos, estaria internada no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, mas teve a alta forçada pelo médico e foi baleada pelos criminosos na saída da unidade de saúde.


Conforme apurado, os atiradores seriam integrantes do PCC, que tinha recorrentes auxílios de Alexandre nas execuções de “sentenças de morte” no tribunal do crime.


A Tribuna tentou contato com a defesa do médico para um posicionamento sobre a condenação, porém não obteve sucesso até a publicação desta matéria.


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