'Me deixaram na rodoviária como se nada tivesse acontecido', diz vítima de estupro por PMs
Em entrevista exclusiva para A Tribuna On-Line, jovem diz que crime foi consumado na Área de Lazer Ézio Dall'Acqua, o Portinho, em Praia Grande
A jovem que acusou dois soldados da Polícia Militar de a terem estuprado na noite de quarta-feira (12), em Praia Grande, afirmou em entrevista para A Tribuna On-Line que foi estuprada pelos PMs na Área de Lazer Ézio Dall'Acqua, o Portinho. Os suspeitos negam o crime, e o caso segue sendo apurado pelas polícias Civil e Militar.
A vítima disse que foi estuprada no Portinho, ponto turístico de Praia Grande localizado às margens do Mar Pequeno e próximo da Avenida Ayrton Senna da Silva, onde a viatura I-45135 estava estacionada.
Local de lazer de famílias e reduto de pescadores amadores e praticantes de esportes náuticos durante o dia, o Portinho é um lugar sem movimento e iluminação à noite.
Em entrevista para A Tribuna On-Line, a jovem declarou que voltava de ônibus do aniversário de uma amiga e não desceu no ponto correto. Ela pretendia desembarcar em São Vicente, e o coletivo seguiu para Praia Grande.
Avisado sobre o engano, o motorista parou em um posto de combustíveis na Ayrton Senna para a jovem descer. Ele também a orientou a atravessar a avenida para pegar outro ônibus com destino a São Vicente.
Já no lado oposto da pista, a vítima afirmou que se aproximou de uma viatura e indagou um policial sobre a localização do ponto mais próximo.
Logo em seguida, se aproximou outro policial. “Ele perguntou se era casada e menor de idade. Respondi que não, e ele ofereceu carona de viatura até a rodoviária, onde seria mais fácil pegar um ônibus”, contou.
Porém, o policial que oferece carona sentou-se no banco traseiro com a vítima. Ao invés de a viatura seguir para o terminal, ela foi para o Portinho. O abuso aconteceu com o veículo em movimento. O soldado que dirigia nada falou, conforme a versão da moça.
Segundo a jovem, o PM que se sentou no banco traseiro tirou a roupa dela e realizou sexo vaginal. Depois, a forçou a realizar sexo oral nele até ejacular, sem o uso de preservativo. Consumado o abuso, o soldado saiu do veículo para se limpar passou para o banco da frente.
“Graças a Deus que o outro [policial] não quis. Em seguida, me deixaram na rodoviária como se nada tivesse acontecido. Eu atravessei desesperada e nem notei que meu celular ficou no carro”, desabafou a vítima.
No boletim de ocorrência, registrado com base no relato dos PMs incumbidos de checar a denúncia de estupro, consta que a vítima se dirigiu à casa do “sogro”. No entanto, para A Tribuna On-Line, a jovem esclareceu que foi à residência de um “tio de consideração”.
“Peguei o ônibus que passou em seguida. Desci do ônibus correndo, fui para casa do meu tio. Chegando lá, ele ligou para a polícia. Meu celular foi achado dentro da viatura junto com o idiota que fez isso”, concluiu.
