Dois soldados da Polícia Militar, de 26 e 29 anos, são acusados de estuprar uma jovem dentro de uma viatura, em Praia Grande, por volta das 23h30 de quarta-feira (12). Eles negam o crime. A corporação e a Polícia Civil apuram o caso.
Depois do suposto abuso sexual, a vítima se dirigiu à residência do sogro, em São Vicente, que denunciou o caso à própria PM. Outros policiais foram checar a acusação e acionaram ambulância para a vítima.
A jovem foi levada inicialmente para o Hospital da Mulher, no Centro de São Vicente. Depois, passou pelo Hospital Municipal, que fica na mesma rua. Antirretrovirais para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e aids foram prescritos à vítima.
A moça também foi encaminhada ao Instituto Médico-Legal (IML) de Santos para a realização de exames e, por fim, à Delegacia de Praia Grande, onde o caso foi registrado como estupro.
Os policiais acionados para apurar o caso encontraram o celular da jovem dentro da viatura, do modelo Fiat Uno Attractive e prefixo I-45135. Para a detecção de eventuais vestígios do crime, o veículo foi apreendido para perícia.
Após a localização do celular na viatura, os soldados alegaram que tentaram devolvê-lo à vítima depois de lhe “prestar apoio”. No entanto, conforme justificaram, ela já havia embarcado em um ônibus no terminal de Tude Bastos.
Apuração
Os soldados são lotados no 37º BPM/M e no 40º BPM/M, que ficam, respectivamente, na Zona Sul de São Paulo e em São Bernardo do Campo. Em Praia Grande, eles atuavam no programa do Dejem (Diária Especial por Jornada de Trabalho Policial Militar).
Por esse motivo, os acusados encontravam-se em atividade com uma viatura do 45º BPM/I (batalhão de Praia Grande), conforme explicou o tenente Ricardo César Alves Norato, integrante desta unidade militar.
Sobre o fato, o oficial disse que os soldados estavam com a viatura parada na Avenida Ayrton Senna, próximo ao Litoral Plaza Shopping, para prevenir a ocorrência de crimes na área, conforme orientação de superiores.
“A suposta vítima diz que se aproximou da viatura e comunicou aos policiais o temor de ser roubada porque um estranho a seguia. Os soldados alegam que patrulharam a área com a jovem na viatura, mas não acharam o suspeito”, informa Norato.
Ainda conforme a versão dos acusados, por questão de segurança, eles deixaram a vítima no terminal de Tude Bastos, onde ela embarcou em um ônibus, sem perceber que o telefone dela havia ficado na viatura.
Segundo o tenente, o caso narrado é grave e, se confirmado, trata-se de crime militar, porque foi cometido durante o horário de trabalho, no exercício da função policial. Nesta hipótese, os soldados serão processados pelo estupro perante a Justiça Militar.
Cabe ao 45º BPM/I, batalhão da área do delito, realizar o inquérito policial militar. Essa investigação já começou, sem prejuízo de procedimentos administrativos a serem adotados pelos comandos dos batalhões dos investigados.