Guarda municipal de Guarujá nega desacato e acusa PMs de abuso de autoridade

“Esclareço que, em momento algum, a minha intenção foi dar carteirada nos policiais militares. Apenas me identifiquei como GCM por estar portando uma arma de fogo”, relatou Ricardo Bertero

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  04/08/20  -  12:17
O conflito aconteceu no dia 12 de maio, no lado de Santos
O conflito aconteceu no dia 12 de maio, no lado de Santos   Foto: Matheus Tagé/AT

Acusado de dar carteirada na fila da balsa a um cabo e dois soldados, chamando-os de “bostas”, o guarda municipal Ricardo Bertero, de Guarujá, nega as acusações e alega que foi vítima de “abuso de autoridade” por parte dos policiais militares.


O conflito aconteceu no dia 12 de maio, no lado de Santos. Na mesma data, os PMs registraram boletim de ocorrência (BO) de “desacato” contra o guarda na Central de Polícia Judiciária (CPJ), no Centro de Santos.


A abordagem na fila da balsa aconteceu após o guarda esbarrar o seu carro em outro veículo e o motorista deste automóvel avisar os PMs. Dois dias depois, pela internet, Bertero registrou outro BO, de “abuso de autoridade”, contra os policiais.


“Esclareço que, em momento algum, a minha intenção foi dar carteirada nos policiais militares. Apenas me identifiquei como GCM (guarda civil municipal) por estar portando uma arma de fogo”, relata Bertero.


O guarda informa que estava de folga e à paisana, acompanhado da sua mulher, quando os PMs o abordaram de forma “truculenta e hostil”. Ele nega ter esbarrado o seu carro em outro veículo, refutando declaração dos policiais de que estaria embriagado.


“Atendi a tudo que me foi requisitado, me coloquei à disposição para realizar o teste do bafômetro ou qualquer outro exame e me apresentei para a autoridade policial”, declara o guarda. Ele admite que agiu em sua “própria defesa”, mas sem desrespeitar os PMs.


Apoio da classe


Presidente da Associação dos Guardas Civis Municipais da Baixada Santista, Rodrigo Coutinho diz que o departamento jurídico da entidade defende Bertero no procedimento administrativo e no processo criminal, “inclusive contra os policiais militares”.


Para Coutinho não houve carteirada. Segundo ele, é procedimento normal o agente de segurança pública se identificar em qualquer situação que envolva outras forças de segurança, pois eles estão armados e a identificação evita acidentes na abordagem.


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