Dois criminosos não identificados mataram um guarda civil municipal de Praia Grande, balearam outro nos dois joelhos e ainda feriram a tiro a funcionária de uma drogaria, na manhã desta sexta-feira (11), na Zona Noroeste, em Santos. A vítima fatal levou cerca de dez disparos e teve roubada a sua pistola Taurus calibre 380.
Os agentes públicos estavam à paisana e de folga. Em atividade extra e conhecida por “bico”, sem vínculo com a Guarda Civil Municipal (GCM) de Praia Grande, eles escoltavam um caminhão que transportava ração animal a ser entregue em vários comércios. No momento do crime, o veículo estava estacionado em frente a um pet shop.
O crime aconteceu na Avenida Vereador Álvaro Guimarães, no Rádio Clube, às 9h15. A vítima fatal é o guarda Celso Sidnei da Anunciação, de 49 anos. O seu colega tem 42 anos e foi levado direto ao centro cirúrgico da Santa Casa de Santos. Com 44 anos de idade, a funcionária da drogaria também foi encaminhada à Santa Casa e passa bem.
A mulher é farmacêutica e a drogaria fica ao lado do pet shop. O seu marido disse que ela atravessava a avenida, em direção ao local do trabalho, quando começou o tiroteio. “Ela correu assustada e uma bala atingiu a parte de trás da coxa esquerda”, contou o homem. O projétil está alojado e a vítima permanece hospitalizada.
Indícios de execução
Os atiradores não anunciaram assalto. Chegaram atirando nos guardas municipais, dando a impressão de que o objetivo deles era eliminar as vítimas. A prevalecer esta hipótese, o roubo da pistola da vítima fatal foi cometido apenas para os criminosos “não perderem viagem”, conforme cogitou um investigador.
Não está descartada a eventual participação de um terceiro criminoso em um carro para dar fuga aos autores dos disparos. Como forma de retaliação pela atividade que exercem, os agentes públicos de segurança, como policiais e guardas municipais, são alvos frequentes de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Denominadas “salves”, as ordens de matança destes agentes de segurança partem de líderes da facção geralmente recolhidos no sistema prisional. Os incumbidos de executá-las aceitam tais missões porque se projetam no grupo e também têm canceladas eventuais dívidas perante o PCC ou punições por violação de seu código de conduta.
Devido ao roubo da arma de fogo, que continha 13 munições, o caso foi registrado no 5º DP (Bom Retiro) como latrocínio. Porém, diante da suspeita de execução, a 3ª Delegacia de Investigações sobre Homicídios de Santos também foi acionada. Por enquanto, não há pistas sobre os autores dos disparos.