'Eu vou te matar', prometeu há 9 anos soldado que executou a ex em Guarujá

À época, ocaso foi classificado como “violência doméstica, ameaça e lesão corporal”, porque o acusado também agrediu a jovem

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  14/05/20  -  11:25
Policial negou o crime, mas ainda assim foi preso em flagrante
Policial negou o crime, mas ainda assim foi preso em flagrante   Foto: Reprodução

“Ou você fica aqui pra conversar comigo ou eu vou te matar. É melhor você ficar para o seu próprio bem”. Esta ameaça é atribuída ao soldado da Polícia Militar Edgar de Oliveira Fonseca, de 33 anos. Tendo como alvo a sua então ex-namorada, Débora Raquel Silva, de 28 anos, ela foi feita em 18 de março de 2011 e não se consumou na época. A promessa foi cumprida na última segunda-feira (11) à noite, apesar de o policial negar o feminicídio.


Cinco dias após ser ameaçada por Edgar em 2011, Débora registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Guarujá. O caso foi classificado como “violência doméstica, ameaça e lesão corporal”, porque o acusado também agrediu a jovem. Segundo ela, o policial a puxou pelo braço e pelos cabelos, ferindo-a. O episódio aconteceu no local de trabalho da vítima.


Débora contou que já fazia dois meses que colocou um “ponto final” no namoro de três anos entre ela e Edgar, mas o policial não aceitava o término. Inconformado e querendo reatar a todo custo, o acusado foi até a loja de roupas onde a vítima trabalhava, no Shopping La Plage, nas Praia das Pitangueiras, e a agrediu e a ameaçou.


Apesar do episódio de violência e da providência adotada na esfera policial, Débora e Edgar voltaram a se relacionar e tiveram dois filhos. Atualmente, as crianças têm 7 e 6 anos, mas os seus pais, de novo, já estavam separados. A jovem, inclusive, tinha novo namorado, aguçando o ciúme do policial, que ainda insistia em uma reconciliação.


Na última segunda-feira (11) à noite, Débora e o atual namorado, Iago Matheus Fortes de Andrade, de 24 anos, chegavam na residência do rapaz, no Pae Cará, em Vicente de Carvalho. Pilotando uma Honda Biz, o policial militar se aproximou do casal e começou a disparar. Antes de ser atingida e morta, a jovem gritou “é o Edgar, é o Edgar, para Edgar, para Edgar”.


Iago correu para não morrer e se refugiou em uma casa das imediações. Mesmo assim, ele foi baleado enquanto fugia. Edgar escapou com a moto e PMs o prenderam em sua casa na madrugada de terça-feira (12). O soldado negou o crime, mas o sobrevivente e uma testemunha o reconheceram como o autor dos disparos. Autuado em flagrante, o acusado foi removido ao Presídio Militar Romão Gomes, em São Paulo. 


Debora Raquel foi baleada diversas vezes e morreu no local antes da chegada do socorro
Debora Raquel foi baleada diversas vezes e morreu no local antes da chegada do socorro   Foto: Reprodução/Facebook

Logo A Tribuna
Newsletter