O padrasto e a mãe de Anthony Daniel de Andrade Moraes foram presos sob suspeita de homicídio e falso testemunho, em Praia Grande. A mãe, Giulia de Andrade Candido, de 21 anos, teria dado falso testemunho à polícia em tentativa de acobertar o crime, supostamente cometido pelo companheiro, Ronaldo Silvestrini Junior, de 22 anos. As principais divergências entre Giulia e Ronaldo dizem respeito às causas das fraturas no bebê.
Após dizer que o enteado tropeçava e caía muito, o padrasto negou eventual queda do bebê da escada tipo caracol que existe na residência. Sem saber do relato de Ronaldo, Giulia disse que o filho caçula havia caído do alto da escada há dois dias, mas não teve tempo de levá-lo ao hospital porque trabalha muito.
Tráfico de drogas
Em 30 de março de 2019, quando ainda morava com Lucas Eduardo de Moraes Godoi Neves, pai de Anthony, Giulia tentou protegê-lo de ação policial.
Policiais foram à residência do casal, em Bauru, e apreenderam entorpecentes e materiais relacionados ao tráfico. Lucas foi autuado em flagrante por este crime.
Enquanto o imóvel era vistoriado, Giulia foi ao banheiro com um pacote de absorventes no qual havia cocaína escondida. Os policiais perceberam a tempo de evitar provável descarte da droga. A jovem alegou desconhecer a existência do entorpecente e se livrou da prisão.
Crime hediondo
O delegado Comin autuou Ronaldo em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O crime é hediondo e a pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.
O padrasto do bebê também foi enquadrado no delito de porte de drogas. Na delegacia, ele foi submetido a revista, sendo achada em suas roupas uma cápsula de cocaína. Peritos encontraram mais cinco, já consumidas, na casa onde ele e Giulia moram.
A mãe de Anthony foi autuada em flagrante por falso testemunho, punível com reclusão de dois a quatro anos. Comin arbitrou a fiança em dez salários mínimos (R$ 10.390,00). A mulher não pagou essa quantia e foi recolhida à cadeia.
A Polícia Civil aguarda o resultado de perícias e, conforme os laudos e outras provas que surgirem, não está descartada a hipótese de Giulia ser também responsabilizada pela morte do bebê. Com lesões na testa parecidas com “galos”, o filho de 5 anos da acusada foi entregue aos cuidados do Conselho Tutelar.