Divergências em caso de bebê morto em Praia Grande mostram tentativa de acobertamento

Mãe de Anthony, que foi presa por falso testemunho após tentar acobertar ação de companheiro, já havia acobertado crime de tráfico de drogas do pai da criança

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  07/01/20  -  13:14
Mãe de criança foi presa por falso testemunho após tentar acobertar ação de companheiro
Mãe de criança foi presa por falso testemunho após tentar acobertar ação de companheiro   Foto: Arquivo pessoal

O padrasto e a mãe de Anthony Daniel de Andrade Moraes foram presos sob suspeita de homicídio e falso testemunho, em Praia Grande. A mãe, Giulia de Andrade Candido, de 21 anos, teria dado falso testemunho à polícia em tentativa de acobertar o crime, supostamente cometido pelo companheiro, Ronaldo Silvestrini Junior, de 22 anos. As principais divergências entre Giulia e Ronaldo dizem respeito às causas das fraturas no bebê.


Após dizer que o enteado tropeçava e caía muito, o padrasto negou eventual queda do bebê da escada tipo caracol que existe na residência. Sem saber do relato de Ronaldo, Giulia disse que o filho caçula havia caído do alto da escada há dois dias, mas não teve tempo de levá-lo ao hospital porque trabalha muito.


Tráfico de drogas


Em 30 de março de 2019, quando ainda morava com Lucas Eduardo de Moraes Godoi Neves, pai de Anthony, Giulia tentou protegê-lo de ação policial.


Policiais foram à residência do casal, em Bauru, e apreenderam entorpecentes e materiais relacionados ao tráfico. Lucas foi autuado em flagrante por este crime.


Giulia foi indiciada por falso testemunho após dar versões diferentes do caso à polícia
Giulia foi indiciada por falso testemunho após dar versões diferentes do caso à polícia   Foto: Reprodução

Enquanto o imóvel era vistoriado, Giulia foi ao banheiro com um pacote de absorventes no qual havia cocaína escondida. Os policiais perceberam a tempo de evitar provável descarte da droga. A jovem alegou desconhecer a existência do entorpecente e se livrou da prisão.


Crime hediondo


O delegado Comin autuou Ronaldo em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O crime é hediondo e a pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.


O padrasto do bebê também foi enquadrado no delito de porte de drogas. Na delegacia, ele foi submetido a revista, sendo achada em suas roupas uma cápsula de cocaína. Peritos encontraram mais cinco, já consumidas, na casa onde ele e Giulia moram.


A mãe de Anthony foi autuada em flagrante por falso testemunho, punível com reclusão de dois a quatro anos. Comin arbitrou a fiança em dez salários mínimos (R$ 10.390,00). A mulher não pagou essa quantia e foi recolhida à cadeia.


A Polícia Civil aguarda o resultado de perícias e, conforme os laudos e outras provas que surgirem, não está descartada a hipótese de Giulia ser também responsabilizada pela morte do bebê. Com lesões na testa parecidas com “galos”, o filho de 5 anos da acusada foi entregue aos cuidados do Conselho Tutelar.


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