Após quase 5 meses de espera, casal de brasileiras retorna da África do Sul

Gisele Simões Dias e Aline dos Santos Lins chegaram em Guarulhos, na última segunda-feira (7)

Por: Bruno Gutierrez  -  10/09/20  -  22:55
Gisele e Aline na Cidade do Cabo. Ao fundo, o estádio Green Point, uma sedes da Copa do Mundo de 2010
Gisele e Aline na Cidade do Cabo. Ao fundo, o estádio Green Point, uma sedes da Copa do Mundo de 2010   Foto: Arquivo pessoal

Foram quase cinco meses de luta e espera, mas o casal Gisele Simões Dias e Aline dos Santos Lins conseguiu o direito de retornar ao Brasil. Elas buscavam, desde abril, uma maneira de retornar da Cidade do Cabo, na África do Sul. Elas chegaram ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na última segunda-feira (7).


O drama das duas foi relatado por ATribuna.com.br em 12 de agosto. Gisele, de 31 anos, e Aline, de 28, foram impactadas diretamente pela pandemia de coronavírus. Elas realizaram um intercâmbio no país africano, que precisou ser interrompido por causa da doença.


Com o lockdown severo imposto pelo governo sulafricano, o casal ficou preso no país. O governo brasileiro fez um único voo de repatriação, em 6 de abril,No entanto, Gisele ficou doente e apresentou sintomas gripais uma semana antes. Em seguida, Aline também adoeceu. De acordo com a brasileira, o voo foi apenas divulgado na página do Consulado-Geral do Brasil no Faceboook. E quando elas souberam da oportunidade, o avião já havia partido.


As passagens aéreas, compradas para o retorno em maio, de nada adiantaram devido ao lockdown. Após discussões comConsulado-Geral do país na cidade e com o Ministério das Relações Exteriores, elas conseguiram comprovar a hipossuficiência. Com isso, o governo do Brasil irá realizar a repatriação de Gisele e Aline.


Para retornar, Gisele e Aline precisaram viajar, primeiro, até a Etiópia. Lá dormiram em um hotel, no sábado (5), para pegar o voo de volta ao Brasil, no domingo (6), via Ethiopia Airlines.


Sensação de alívio


O sentimento é de alívio pelo retorno. "Estamos bem aliviadas. A Cidade do Cabo é maravilhosa, um lugar incrível. Temos um carinho imenso e gratidão. Mas é uma situação complicada. A gente não pode trabalhar, nosso visto expirou. A gente não consegue ter uma vida (na África do Sul). Em outra situação, quem sabe a gente não tem oportunidade de viver um tempo. Mas nessa situação não tem o que fazer. Tivemos que voltar pra casa. Não tem opção. Sem casa, dinheiro acabando, sem poder trabalhar, visto expirado. Imagina como estava nossa cabeça", contou Gisele.


Segundo ela, a noite entre os dias 2 e 3 de setembro foi a primeira em meses que o casal conseguiu dormir sem preocupações. A brasileira também se mostrou satisfeita pelo apelo ter sido atendido pelo governo brasileiro. "Estamos muito satisfeitas que a máquina pública funcionou. O País entendeu a nossa situação e fez aquilo que é obrigação dele. A base de ser brasileiro. É o país nos ajudar quando a gente precisar", ressaltou.


Elas agradeceram por todo apoio recebido de familiares e amigos e esperam retornar a África do Sul, em uma outra situração, após a pandemia. "Vamos embora de coração leve. Em breve, quando tudo isso passar, vamos voltar, rever todos numa outra vibe, num outro momento".


Casal no momento de embarque, antes do retorno ao Brasil
Casal no momento de embarque, antes do retorno ao Brasil   Foto: Arquivo pessoal

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