Adestrador de golfinhos que aparece em livro de A Tribuna relembra história em São Vicente

Aroldo Malvão ilustra foto icônica de golfinhos que aparece em livro sobre os 130 anos do jornal

Por: Ravena Soares  -  26/03/24  -  06:43
Aroldo Moreira Malvão é o adestrador de golfinhos que aparece em livro de A Tribuna
Aroldo Moreira Malvão é o adestrador de golfinhos que aparece em livro de A Tribuna   Foto: Arquivo AT/ Arquivo pessoal

Em 130 anos de A Tribuna, foram diversos personagens que estamparam as páginas do jornal. Um deles foi Aroldo Moreira Malvão. Aos 81 anos, ao ver sua foto estampada no livro “130 Anos de Fatos e Fotos”, relembrou das vezes em que apareceu no jornal.


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O homem aparece adestrando animais marinhos no Oceanário de São Vicente, na década de 1980. Entre os animais estava o famoso golfinho Flipper, cuja história marcou a Baixada Santista.


De acordo com Malvão, sua história com o Jornal A Tribuna, começou em 1967, quando ele viu um anúncio de uma vaga para área de manutenção do oceanário, divulgado nas páginas do impresso. “Eles precisavam de um homem que entendesse de manutenção, eu fui lá, fiz o teste e comecei a trabalhar”, lembra.


Mas, o filho de pescador, aos poucos, foi se encantando pelos animais do local e acabou se tornando um dos treinadores. “Eu estava apaixonado pelo negócio, trabalhei muito, esqueci de ganhar dinheiro, só trabalhava”.


Malvão ainda lembra que fez parte da história do icônico golfinho Flipper, que ficou conhecido nacionalmente por ser o último de sua espécie a viver em um cativeiro no Brasil. “Ah, esse golfinho era maravilhoso”, lembra.


O idoso trabalhou no oceanário por muitos anos. Ele viajou por muitos lugares como adestrador de animais marinhos e estampou páginas de muitos jornais pelo Brasil. Ao olhar para trás, Malvão diz que esses eram tempos bons. “Foi um sucesso tremendo”.


Nascido em Paraty, no Rio de Janeiro, o homem retornou à cidade após se aposentar. Mas, desde então, não trabalhou mais com animais. “Ah, foi maravilhoso. Foi lindo. Eu, quando me aposentei, vim embora, regressei para a minha terra natal”.


Hoje, o homem entende que os animais são para a natureza. "Uma pena que acabou, mas foi bom para os animais. O mundo em que eles vivem é maravilhoso, para abandonar o oceano e viver em um tanque (...) Quando eles (adestradores) chegam na minha idade preferem que os animais vivam no mundo deles, e nós no nosso".


Clique aqui e conheça a história do golfinho Flipper.


O Oceanário

De acordo com o jornalista e historiador Sérgio Willians, em julho de 1967, a Prefeitura de São Vicente autorizou a construção de um peculiar local turístico na Praia do Itararé, que seria administrado pelo empresário Roland Mac Degret.


O local exibiria animais marinhos, especialmente golfinhos, que despertaram grande curiosidade, principalmente nas crianças. O Oceanário, como passou a ser chamado, eventualmente abrigava focas e leões-marinhos em cativeiro, treinados e exibidos para o público infantil.


Durante os anos 1970, o espaço se tornou a principal atração vicentina, atraindo milhares de visitantes brasileiros e estrangeiros. Inicialmente, havia quatro golfinhos no local: Tony, Brigit, Suzi e Tojo, mantidos em um tanque de água salgada com 5 metros de altura. A água era constantemente filtrada e ajustada para proporcionar as condições de vida adequadas aos animais. Com a morte desses, começou a busca por um substituto. Em 1984, Flipper foi encontrado.


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