Municípios da Baixada Santista têm protocolo contra o coronavírus

Assunto foi discutido nesta quarta-feira (29) durante reunião do Departamento Regional de Saúde; ação será semelhante à adotada em casos do H1N1

Por: Matheus Müller  -  30/01/20  -  00:50
Suspensão gerou inquietação em setores que operam no Porto de Santos
Suspensão gerou inquietação em setores que operam no Porto de Santos   Foto: Divulgação/Sindicato dos Estivadores

Os municípios da Baixada Santista seguirão o mesmo protocolo adotado nos casos de Influenza A [H1N1] para o atendimento de pacientes com suspeita do coronavírus – que já tem 169 mortes na China. No Brasil, são nove casos suspeitos, segundo o Ministério da Saúde. Nenhum na região. O assunto foi tema em reunião no Departamento Regional de Saúde [DRS-IV].


O encontro ocorreu na manhã desta quarta-feira (29) e contou com técnicos de saúde dos nove municípios. Apesar de a Secretaria de Saúde do Estado negar que a pauta do encontro tenha sido o coronavírus, o diretor da Vigilância em Saúde de Guarujá, Marcos Chagas, informou, em entrevista à TV Tribuna, que este foi o primeiro tópico discutido.


Chagas contou que o município já emitiu um relatório para todas as unidades de saúde e pediu aos agentes para que orientem a população sobre as precauções a serem adotadas. Segundo ele, as mesmas utilizadas contra o H1N1.


“Que as pessoas voltem a usar o álcool em gel, máscaras e [em caso de sintomas] isolamento, que é extremamente importante para a contenção dessa doença”, diz o diretor, que aponta a febre, tosse e falta de ar intensa como principais motivos de preocupação e encaminhamento ao serviço de saúde.


  Foto: Arte: Mônica Sobral/AT

Preparados


O secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, não participou da reunião, pois o encontro dos secretários será na próxima semana. Entretanto, ele confirmou o que foi dito por Chagas em relação ao protocolo em caso de suspeitas, e ressaltou que o município está em constante diálogo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa] e com o Grupos Regionais de Vigilância Epidemiológica [GVE].


“A responsabilidade direta da atividade [de vigilância sanitária no Porto] é da Anvisa. O nosso poder é sobre a cidade, não no Porto de Santos, mas a Anvisa tem suas limitações, inclusive físicas e estruturais. Ela entra em contato para dar suporte técnico, operacional e muitas vezes estrutural”.


Diante disso, ele ressalta que a Prefeitura de Santos está trabalhando com protocolo semelhante ao do H1N1, no Porto e embarcações que, em tese, podem trazer pessoas vindas dos locais onde há realmente o epicentro do vírus.


“Ainda bem que não tivemos nenhum caso [de coronavírus], mas digo que as equipes estão preparadas para caso haja paciente suspeito e, com a indicação da Anvisa, a gente poder fazer um acompanhamento e monitoramento desse paciente”.


Preocupação, não terrorismo


O secretário destaca que “é um momento de atenção, preocupação e ação”. Ele aponta que são necessários, no entanto, esclarecimentos sobre o tema para evitar um “terrorismo” com “fake news [notícias falsas]”.


Novidade


Ferraz ressalta que o novo coronavírus foi registrado na Organização Mundial da Saúde [OMS] em 7 de janeiro e, portanto, não tem um mês de conhecimento para o mundo. “Por mais competentes que sejam os médicos infectologistas, ainda há muita dúvida do ponto de vista técnico, de como fazer o devido tratamento dos pacientes”.


Ele ressalta que as unidades de saúde da região estão aptas para o atendimento, mas cita como referências os hospitais Emílio Ribas, em Guarujá, e Guilherme Álvaro, em Santos. “A estratégia é: em caso de paciente com suspeita, promover o isolamento do paciente e fazer exames e diagnósticos para ter a confirmação do vírus”.


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