Tem santista no roteiro de Fina Estampa

Bruno Fracchia integrou núcleo que desenvolveu a sinopse do folhetim, exibido em 2011 e que agora retorna no horário nobre da Globo

Por: Egle Cisterna  -  28/03/20  -  13:17
Bruno Fracchia integrou núcleo que desenvolveu a sinopse do folhetim.
Bruno Fracchia integrou núcleo que desenvolveu a sinopse do folhetim.   Foto: Divulgação

A novela Fina Estampa, cuja reprise começou a ser exibida nesta semana, no lugar de Amor de Mãe, tem um dedo da região em sua história. Isto porque o ator e roteirista Bruno Fracchia, de 34 anos, fez parte do núcleo que desenvolveu a sinopse do folhetim, que foi ao ar em 2011, na Globo

A ideia da trama escrita por Agnaldo Silva é resultado de uma criação coletiva de 15 alunos que fizeram parte de uma Master Class (aula de texto para teledramaturgia), que o autor fez no Rio de Janeiro. No curso, Silva trouxe a ideia principal da personagem Griselda, mãe de três filhos, que para sobreviver faz serviços tidos como masculinos (de encanador e eletricista),ganha na loteria e muda de vida. A partir deste argumento, os jovens roteiristas desenvolveram o trabalho. 


Fracchia conta, que além do curso de três meses, onde o grupo criou a sinopse e escreveu o primeiro capítulo, ver como a novela se desenvolvia foi outro aprendizado. “Só com a novela no ar é que me dei conta que o curso não acabou quando escrevemos a primeira versão do primeiro capítulo. Continuou com ela no ar. Vimos a transformação da novela no ar, pela interação com o público. Teve mais esse aprendizado de seis ou sete meses”, lembra ele. 

Outra coisa que o deixou contente na época foi a escolha da atriz Lilia Cabral para interpretar a protagonista. “Em uma entrevista que dei para A Tribuna em 2010,eu disse que torcia pela Lilia Cabral como Griselda. Fiquei muito feliz quando ela foi confirmada no papel.” Hoje, quase dez anos depois da estreia da novela, mais maduro, Fracchia acredita que continue aprendendo com ela. “E vê la reprisada é outra etapa do aprendizado. Por que agora tem cortes, né? O primeiro capítulo eu sei praticamente de cor. Percebi as edições ontem e foi uma ‘nova aula’.” 

A situação atual de confinamento também fez com que a percepção de Fracchia fosse alterada: “Eu confesso que fiquei mais emocionado agora do que quando a novela passou pela primeira vez. Talvez pelo momento que a gente está passando e a novela volta com um papel social de levar um pouco de alegria para as pessoas”, acredita.


Projetos 


Se na época do curso, Fracchia cursava o terceiro ano do curso de Artes Cênicas na Universidade de São Paulo (USP), hoje ele segue como pesquisador, professor na área de telenovela e do audiovisual, e com projetos como roteirista e ator.

Como roteirista, entre outros trabalhos, ele fez a peça Algumas Histórias, em homenagem a Paulo José, e o monólogo Ato Solitário, apresentado no Festival Mirada, do Sesc.

Já como ator, Fracchia atuou nas séries Carcereiros, Aruanas (ambas disponíveis no Globoplay) e Crimes.com (Discovery), além da novela Amor sem Igual (Record). 

O roteirista tem ainda um canal no Youtube, Canal do Pedrada, onde mostra como Dom Pedro I veria o Brasil de hoje. Entre outros projetos, Fracchia ainda está produzindo a peça Eu Machista, sobre a masculinidade tóxica, e Choque Rei, comédia dramática que trata do encontro de Dom Pedro II, no leito de morte, e o fantasma do pai dele. 
 


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