Quarentena inspira músico vicentino em Portugal

O produtor musical e cantor Maximiliano Louro Souza, o Maxsoul, nascido em São Vicente, mas radicado em Portugal há três anos, lançou em parceria com os amigos Kouiot e Digo Fontana uma canção sobre a pandemia do novo coronavírus. A música Quarentena está disponível nas plataformas digitais.

O momento difícil que o mundo vive por conta da pandemia afetou diversos ramos, mudando completamente a rotina da população, inclusive dos músicos. 
“A pandemia afetou principalmente os músicos. Hoje, os artistas estão sofrendo, mas a classe artística está fazendo a diferença. Está entretendo a galera, fazendo lives”, comenta Maxsoul, que teve o apoio de Tubarão Baixada na faixa. 

Portugal, como muitos outros países, está em isolamento social desde março. “A quarentena em Portugual está punk. Graças a Deus, tivemos uma consciência muito grande. O governo foi consciente. Assim que começou a história, vendo tudo o que estava acontecendo ao redor, tomou atitudes”. 

Maxsoul falou sobre a importância do isolamento social em todo mundo. “A mensagem que gostaria de passar, não somente para Santos, mas para o Brasil, é que o isolamento é extremamente importante. Somente unidos vamos vencer essa batalha. Precisamos do humanismo, da igualdade e do respeito”. 

O isolamento social resultou em tempos para criar, a criatividade tende a estar em alta, principalmente em artistas, que estão acostumados no ramo da criação. “Estou aproveitando para estudar, adquirir o máximo de conhecimento. Conversando com amigos músicos, pensando em como iremos levar nessa pandemia, decidimos produzir uma música”, explicou. 

“Baseado no estilo de hip hop, criei o refrão Eu tô de quarentena e você não tá nem aí, pois algumas pessoas acreditam que é sério o momento, mas outras ainda não. A música fala de amor e política, com o início de reportagens internacionais. O foco é levar uma mensagem positiva, de amor ao próximo”. 

Trajetória

Maxsoul começou cedo a estudar música. No início aprendeu trompete e com isso, aos 17 anos, passou a tocar profissionalmente. A carreira tem uma longa parte em Santos. “Tenho uma história na cidade bem bacana, passei por todas as vertentes musicais, por todos os caminhos e formas de trabalho musical. Trabalhei em várias bandas até me descobrir como cantor”. 

Sem rótulos para o estilo musical, ele se caracteriza como músico de MPB. “Nunca fui de rotular. Sou músico e gosto de música, faço música e principalmente do meu país, sou um cantor de MPB”. 

O convite para ser vocalista de uma banda em Santos veio logo após se descobrir como cantor, na Conexão Brasil. Nesse meio tempo foi para Portugal para uma apresentação e convidado a ficar, mas desistiu por pensar em seu trabalho e família. 

“Voltei para o Brasil, a partir disso, fiquei bastante tempo tocando e na parte de promoções”. 

Em 2017, o artista resolveu se mudar para Portugal, com uma oportunidade de trabalho. “Me permiti novas experiências. E de repente, vir para Portugal me dava mais condições, estou mais próximo de muitos países, e com isso, seria mais fácil de levar minha música”. 

“Eu vim com um propósito, abri mão de tudo e vim pra cá, por conta de uma proposta. Uma semana antes de vir, essa proposta teve um problema e acabou que perdi. Cheguei no país sem saber o que ia acontecer”. 

Conhecendo novas pessoas, começou a surgir oportunidades na música, onde logo passou a tocar em bares de Lisboa. 
“Tive a sorte de conhecer pessoas incríveis, que me ajudaram muito a lidar com tudo aqui. Começamos com a banda Coletivo BR. Hoje rodamos Portugal inteira”.