Quanto significado pode ter um guarda-chuva amarelo?

Curta-metragem nacional emociona e é sério candidato ao Oscar 2022 na categoria de animação independente criado e produzido no Brasil por brasileiros chegou até uma nominação”

Por: Lucas Krempel  -  31/12/20  -  23:16
O curta-metragem nacional emociona e é sério candidato ao Oscar 2022
O curta-metragem nacional emociona e é sério candidato ao Oscar 2022   Foto: Reprodução/Pixabay

Na próxima quinta-feira (7), o público poderá assistir, gratuitamente, a um nome forte do cinema nacional para o Oscar 2022. O curta-metragem de animação Umbrella, de Helena Hilario e Mario Pece – que ficará disponível até o dia 21 no canal da Stratostorm no YouTube – está qualificado para concorrer na categoria. Caso alcance esse feito, será o primeiro 100% nacional a concorrer ao prêmio da categoria na Academia.


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São sete minutos de duração, mas o suficiente para emocionar com tamanha sutileza e cuidado com a sequência de cenas. Se levarmos em consideração os vencedores dos últimos três anos (Dear Basketball, Bao e Hair Love), a questão sentimental sempre esteve muito presente.


O roteiro do Umbrella foi escrito em dezembro de 2011. Segundo Helena, ele foi inspirado por uma situação real que a irmã dela, Juciely, vivenciou na cidade natal, em Palmas, no Paraná.


“Ela foi até um Lar de Crianças para doar brinquedos e um menininho, que deveria ter entre 4 e 5 anos, pediu por um guarda-chuva. Ela estranhou, pois o dia estava bonito e ensolarado, mas ele insistia em pedir por um guarda-chuva. Quando ela finalmente concordou em levar um guarda-chuva, ela descobriu que ele tinha memórias afetivas muito duras e marcantes. De fato, um simples guarda-chuva era muito importante para ele, muito mais do que poderíamos imaginar”.


A ligação afetiva com o guarda-chuva tem um significado bem forte. “Ele disse que queria um, pois o dia que o pai dele o deixou lá, estava chovendo e disse que iria voltar para buscá-lo, mas nunca mais voltou. Então, ele acreditava que se tivesse um guarda-chuva, o seu pai iria encontrá-lo”.


A partir da história do menino, Helena e o marido, Mario Pece, escreveram um roteiro repleto de empatia. “Queríamos transformar essa dor em arte, e levar uma mensagem de que não devemos julgar as pessoas sem conhecer a história e a batalha delas. Queríamos que a mensagem fosse universal, enquanto as emoções e reflexões se dessem pela própria história, animação e música”.


Sobre a possível indicação ao Oscar, a diretora se mostrou muito ansiosa. “Se formos nominados, será um marco histórico para a animação nacional. Até hoje, nenhum curta-metragem de animação independente criado e produzido no Brasil por brasileiros chegou até uma nominação”


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