Programação virtual foi uma grande aliada durante o isolamento social
É o que aponta novo levantamento do Itaú Cultural e o Datafolha
Shows, séries, filmes, peças teatrais e até e-books se tornaram aliados daqueles que puderam ficar dentro de casa para se preservar do coronavírus. E essas atividades também impactaram positivamente o cotidiano das pessoas, reduzindo, por exemplo, sensação de estresse e solidão.
Isso é o que revela a pesquisa realizada pelo Itaú Cultural e Datafolha sobre os hábitos culturais no ambiente virtual durante a pandemia, divulgada ontem. Para 58% dos entrevistados, o consumo de programação cultural na web provocou uma melhora no relacionamento com as outras pessoas da casa, principalmente para aqueles entre 45 e 65 anos (segmento no qual o índice chegou a 66%).
Atividades
71% dos entrevistados acessam a internet diariamente e, entre eles, 84% dizem ouvir música na rede, 73% declaram assistir filmes e séries e 60% dizem ver shows no ambiente virtual. A leitura de livros digitais foi mencionada por 38% do estrato dos que acessam a rede, mesmo índice dos que mencionaram cursos livres como atividade realizada no período. Jogos eletrônicos foram apontados (34%), seguidos por webinars (32%), atividades infantis (28%), podcasts (26%), espetáculos de teatro (21%) e visitas a museus e exposições (17%). 5% não responderam.
O uso do celular também foi importante neste período. Ele foi responsável por 90% dos acessos. “O celular foi o grande instrumento que permitiu a democratização do acesso à internet nos últimos anos, principalmente nos grupos de menor poder aquisitivo”, avalia o gerente de Pesquisa do Datafolha, Paulo Alves.
De acordo com o levantamento, a intenção de continuar a fazer estas atividades virtuais após a pandemia cai ligeiramente em todos os grupos. Mas entre os que assistem shows (60%) a queda é maior. A intenção de manter a prática cai para 53% após a pandemia.
Assistir filmes e séries na web também perderá adeptos. 73% dizem adotar a prática neste momento de suspensão social, mas 69% pretendem continuar a realizar este tipo de atividade quando a crise for superada (uma retração de 4 pontos percentuais).
“A pesquisa traz dados das atividades on-line para alavancar as atividades presenciais mais para frente. Tenho uma hipótese de que o consumo digital pode ter aguçado nas pessoas uma volta com mais interesse”, afirma o diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron.
