O Auto da Boa Mentira resgata causos divertidos contados por Ariano Suassuna

Com Leandro Hassum e grande elenco, filme chega aos cinemas com muita expectativa

Por: Bia Viana  -  29/04/21  -  09:40
  Jackson Antunes interpreta o palhaço Romeu em um dos causos
Jackson Antunes interpreta o palhaço Romeu em um dos causos   Foto: Helena Barreto/Divulgação

Uma boa mentira ou uma mentira muito boa? Às vezes a diferença entre esses dois pontos é bem nebulosa. No resgate dos causos divertidos (e pouco verdadeiros) contados por Ariano Suassuna, surge O Auto da Boa Mentira, uma comédia que escala a mentira como personagem principal. Dirigido por José Eduardo Belmonte, o longa reúne quatro histórias paralelas, apresentando Helder (Leandro Hassum), Fabiano (Renato Góes), Pierce (Chris Mason) e Lorena (Cacá Ottoni), entre muitos outros atores, num projeto criativo e bem literário.


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O humor característico de Suassuna, carregado de perspicácia e personalidade, é esmiuçado no roteiro de quatro partes, assinado por João Falcão, Tatiana Maciel e Célio Porto. As crônicas, segundo o diretor, foram pensadas a partir de palestras do poeta paraibano. “Fomos explorando a história para fazer o filme, que tem muito a ver com as comédias italianas dos anos 1970. Como é muito baseado nas andanças do Ariano, não é tão regional, mas, sim, urbano, sai um pouco do universo que a gente está acostumado a ver sobre ele. O texto vai para outro lugar, do cronista social, de costumes”.


Além do sertão


Renato Góes, natural de Pernambuco, ressalta como a obra de Suassuna não é restrita ao “regionalismo”, além de explicar como o cinema nordestino tem explorado novos caminhos, fugindo do lugar comum. “Para mim, como pernambucano, nordestino, é bom deixar muito claro: a gente busca nos filmes outro Nordeste que não o do chão rachado, outras realidades, outro tipo de cultura. É muito importante demonstrar essa diferença, de tipo não é uma ‘imagem que ele criou do Nordeste', é a forma como ele conta. Temos uma cultura muito rica e o cinema nordestino, nos últimos anos, nos trouxe outras relações além do Sertão”.


Para Leandro Hassum, a obra do poeta carrega uma importância cultural e social vital para a comédia no Brasil. “Acho que o Ariano traz essa riqueza da comédia de forma muito brilhante. O Nordeste é um berço cultural muito forte de histórias e causos. E o Ariano Suassuna é um grande nome da Literatura. Você não precisa ler o roteiro: quando ouve que é dele, você aceita fazer”, declara.


Jackson Antunes, que interpreta o palhaço Romeu em um dos causos, também homenageia o poeta. “Sou um pernambucano babão pelo Ariano. O Auto da Compadecida me deu vontade de ser ator, foram as frases que eu mais repeti na minha vida. Fico muito feliz de participar desse projeto”.


Segundo o artista, o papel do palhaço Romeu foi uma “renovação” em sua vida. O ator tinha passado 40 dias no hospital após uma cirurgia carregada de complicações, onde tinha recebido o veredito de 5% de chance de sobrevivência. “O Romeu me deu um respiro de vida. Queria destacar que a arte realmente salva vidas”, se emociona o artista.


O Auto da Boa Mentira estará em cartaz em todos os cinemas disponíveis a partir desta quinta-feira (29).


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