“Nunca mais farei um personagem tão puro”, diz José Loreto sobre interpretação em Flor do Caribe

Ator lembra com carinho de Candinho, seu papel na novela

Por: Do Estadão Conteúdo  -  30/11/20  -  13:05
Em Flor do Caribe, o personagem de José Loreto era inocente. Acreditava em anjos e discos voadores
Em Flor do Caribe, o personagem de José Loreto era inocente. Acreditava em anjos e discos voadores   Foto: João Miguel Junior/Globo

A pureza de Candinho em Flor do Caribe encanta José Loreto até hoje. Na novela das 18h da Globo, exibida originalmente em 2013, o ator deu vida a um adulto que agia como criança devido a um trauma de infância. O personagem sofreu um acidente provocado pelo próprio pai, Dionísio (Sérgio Mamberti), pois o vilão se recusava a assumir a paternidade. 


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Para Loreto, a inocência do rapaz, que acreditava em anjos e em discos voadores, deu outra direção à carreira que construiu nos anos seguintes.


“Acho que nunca mais vou fazer um personagem tão puro. Eu vinha do Darkson, de Avenida Brasil (Globo, 2012), aquele malandro, enquanto o Candinho era o oposto. Foi importante para a minha carreira. Assim, posso mostrar esse trabalho para a minha filha, Bella (nascida em abril de 2018). É o único que ela pode olhar à vontade”, afirma Loreto, que tem mais de 20 papéis em sua trajetória na Rede Globo.


Após o sucesso em Avenida Brasil, Loreto temeu que não pudesse experimentar outros tipos de personagem. De acordo com ele, algumas vezes, é uma tendência diretores manterem atores em linhas de atuação que já deram certo antes. Por isso, agradece a Jayme Monjardim pela chance de mostrar uma faceta diferente na trama de Walther Negrão.


“O Candinho abriu um leque de possibilidades para mim. Antes, os diretores falavam que eu não tinha o perfil. Mas, depois, fiz galã, vilão, melhor amigo do mocinho... Acho que o Candinho trouxe novas oportunidades. Se não foi o papel mais importante, foi o mais delicioso”, avalia.


Encantado com as locações


Como Flor do Caribe se passava no Rio Grande do Norte, Loreto também teve a chance de conhecer o estado, ao passar um mês e meio gravando por lá. 


E o ator recorda que a equipe de produção da novela sempre perguntava se ele gostaria de voltar para o Rio de Janeiro nos dias livres que tinha. No entanto, o ator preferia ficar no local.


“A experiência foi mágica. Ainda tive de contracenar com uma cabra, a Ariana. A gente gravava em umas dunas no Rio Grande do Norte e eu ficava com areia até o joelho. O Jayme (Monjardim) me mandava subir e descer as dunas com o animal no colo”, relata Loreto.


Parceria


Além da cabra, a principal parceira de Loreto em cena foi Laura Cardoso. A atriz interpretou a avó de Candinho, Veridiana, que escondia do neto que ele era filho de Dionísio. O artista conta que vê-la em ação sempre o deixava impressionado e pensando que precisava estar preparado para contracenar com a veterana.


“A Laura é a pessoa mais gigante com quem contracenei. É uma grande parceira, que tem vitalidade e sabedoria. As cenas com ela davam uma adrenalina, pois é uma profissional bastante disciplinada”, valoriza o ator.


Bronca de Laura Cardoso


Apesar da admiração que sente por ela, Loreto lembra que chegou a levar uma bronca de Laura. Com 86 anos na época da primeira exibição da novela, a intérprete de Veridina, atualmente com 93 anos, ficou chateada quando ele quis lhe ceder o assento nos bastidores.


“Tenho uma história boa e traumática. No início da novela, ofereci a cadeira para a Laura sentar e recebi o maior esporro da televisão brasileira (risos). Ela não gosta de ser vista como uma senhorinha. Fiquei dois meses travado com ela, mas continuei endeusando. Agora, quando estou em um camarim, fico sentado. Não falo mais nada”, brinca o ator de 36 anos. 


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