Mostra Máquinas do Tempo viaja pelo século 20

Peças raras da coleção do italiano Giacomo Favretto podem ser vistas em exposição até 26 de maio na Pinacoteca

Por: Diogo Menezes  -  26/04/24  -  19:25
Várias fases de motorização da humanidade estão na exposição
Várias fases de motorização da humanidade estão na exposição   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

O fotógrafo, artista plástico e colecionador Giacomo Favretto voltou a Santos para trazer a exposição Máquinas do Tempo, Memórias, afetos e brinquedos do século 20, que foi aberta ontem e estará disponível ao público até o dia 26 de maio, na Pinacoteca Benedicto Calixto (Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, em Santos).


Como o próprio nome diz, os visitantes terão a sensação de voltar ao passado assim que vislumbrarem as primeiras peças. Todas elas raras, algumas até únicas. São aviões da década de 1920, zepelins - um deles dos anos 1910 -, além de acessórios de aviação, navios e trens. A diversão está garantida. E mais do que isso: a admiração é certa para aqueles que visitarem a Pinacoteca a partir de hoje.


Para o curador da mostra e da Pinacoteca Benedicto Calixto, Antonio Carlos Cavalcanti Filho, uma programação como essa só é vista fora do Brasil. “É um passeio na infância e no tempo. Ver essas peças é ver a história diante dos olhos. Diante de um período em que muitos jovens só se divertem com a tela do computador e celular, ter acesso a tudo isso vai trazer muitas emoções aos visitantes”.


Tudo foi escolhido com muita paixão pelo próprio colecionador com o interesse de trazer entretenimento para crianças e adultos da Baixada Santista.


“É uma paixão antiga. Hoje as pessoas valorizam, reconhecem e isso me faz muito bem”, diz Giacomo Favretto.


O colecionador nasceu na Itália, mas está no Brasil desde 1974
O colecionador nasceu na Itália, mas está no Brasil desde 1974   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

Nascido em Milão, ele conta que conseguir reunir toda essa coleção não foi tarefa fácil. Nem mesmo quando jovem.


“Minha família é toda formada por engenheiros e eles nunca valorizaram muito as minhas coleções. Eu me dediquei mais às artes, sou casado e junto com minha esposa montamos a coleção. Mas confesso que ela fica brava comigo, porque eu não parei de aumentar as minhas coleções”.


Amigo de muitos anos e admirador do trabalho do colecionador, o arquiteto Vanildo Nottoli, explica como Giacomo costuma adquirir seus itens raros.


“Ele viaja constantemente para os Estados Unidos, Europa, participa de leilões, é um apaixonado por isso tudo. E ele tem coisas que não se encontra em outras partes do mundo. E Santos o adotou de um jeito que desperta muitos sentimentos nele. Por isso, tudo o que vemos aqui faz parte da vida desse artista fantástico”.


Angela Elias e Geraldo Pierotti (à direita) integram, agora, a galeria de ex-presidentes da Pinacoteca
Angela Elias e Geraldo Pierotti (à direita) integram, agora, a galeria de ex-presidentes da Pinacoteca   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

Homenagens
A Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto promoveu, também ontem, homenagens para eternizar o trabalho da ex-presidente da Diretoria Executiva, Angela Helena Duó da Rocha Elias, e do ex-presidente do Conselho Administrativo, Geraldo Cesar Pierotti, na instituição. As fotografias deles passaram a fazer parte da galeria dos ex-presidentes do Casarão Branco santista.


A cerimônia, repleta de lembranças e planejamentos futuros, contou com a participação de amigos, incentivadores e dos atuais e ex-integrantes do maior centro cultural de Santos.


Conforme Cristina Guedes, presidente da Associação dos Amigos da Pinacoteca, existem muitas formas de se entrar para a história, mas “fazer isso pavimentando o caminho para as futuras gerações, valorizando a arte e a cultura é algo muito especial e exige dedicação e desprendimento”.


A ex-presidente-executiva Angela Elias assumiu o Casarão em um dos períodos mais difíceis da história mundial, na pandemia da covid-19, mas deu continuidade ao legado da arte e da cultura da região.


“Foi um desafio eu ter assumido a presidência no momento da pandemia, mas com a diretoria, associação, conselho, todos juntos, nós conseguimos vencer esse desafio e agora estamos num momento melhor e colhendo os frutos do nosso trabalho”.


Enquanto isso, para Geraldo Pierotti, que já foi presidente-executivo e, durante seis anos, atuou como presidente do Conselho Administrativo, a honra pela homenagem é grande. Mesmo atuando hoje como presidente de honra, os planos para a cultura na Baixada Santista não param.


“Um dos meus sonhos é a construção do Museu de Artes de Santos. Eu quero ver esse museu construído para que a gente possa ter a possibilidade de trazer exposições de nível internacional. Esse foi o último projeto e desejo do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que foi um dos maiores arquitetos brasileiros, falecido em 2021”.


Para o atual presidente da Fundação, Roberto Clemente Santini, a comemoração é um momento simbólico, que mostra a importância de cada pessoa que se dedicou a fazer da Pinacoteca o que ela é hoje.


“Isso que somos hoje é a soma de todo esse trabalho que tivemos até aqui. E hoje é dia de reverenciar o trabalho dessas pessoas importantes para a história da Pinacoteca”.


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