Khalil ou Caetano Veloso? Só ouvindo...

Paulista de 25 anos lança seu primeiro álbum e surpreende ao revelar suas principais influências, todas de grandes nomes da MPB

Por: Lucas Krempel  -  23/12/20  -  15:05
Khalil gravou 'De Cara pro Vento' em Portugal, em apenas três dias
Khalil gravou 'De Cara pro Vento' em Portugal, em apenas três dias   Foto: Jeff/Divulgação

Nem mesmo a pandemia da covid-19 foi suficiente para impedir o surgimento de novos artistas no cenário nacional. Sem shows ou participações em programas de TV, o paulista Khalil, de 25 anos, viu nas lives a chance de cravar seu nome. Além disso, ele lançou o seu primeiro álbum, De Cara Pro Vento, gravado em Portugal. 


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Khalil, que teve o seu primeiro contato com o violão aos 13 anos, em Belém, no Pará, garante ter muitas influências em seu trabalho, mas parece ter um artista para cada referência da sua obra. 


“Maria Bethânia me ensinou o cantar presente, acho maravilhosa a maneira como ela se entrega para cada palavra entoada. Gilberto Gil fez uma revolução rítmica no meu violão. Alceu Valença é referência absoluta no meu álbum de estreia. A canção que dá nome ao CD não teria sido composta se não tivesse me encantado com Papagaio do Futuro”.


E não para por aí, Khalil também cita Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai como artistas que o ajudaram a descobrir uma simbiose entre seu violão e voz. Vitor Ramil é influência direta como letrista, enquanto Elza Soares lhe proporcionou o espetáculo mais emocionante. 


No entanto, quem escuta as 13 canções de Khalil certamente notará uma influência grande de Caetano Veloso. É inevitável! E isso é bom, não é uma cópia, longe disso. O artista tem muita personalidade e originalidade.


“Caetano Veloso é quem mais escuto apontarem como uma possível influência para mim, admito. Não faço a mais remota ideia de como seria minha música se eu não conhecesse sua obra, e nem quero fazer”.


Natural de Sorocaba, Khalil foi surpreendido no ano passado com o convite do fotógrafo e produtor brasileiro radicado em Portugal, Sergio Guerra, para viajar a Lisboa e gravar suas músicas. Durante três dias conseguiu preparar De Cara Pro Vento, um combo de vários anos de composições.


“Comecei a fazer De Cara Pro Vento muito antes da possibilidade de gravação se configurar. Nele há desde canções que fiz com 15 anos até Floresta de Pé, Fascismo no Chão, que é uma poesia que escrevi inspirado pela ilustração de Denilson Baniwa, após pensar ter concluído o trabalho”. 


O cantor e violonista conta que já estava no Brasil, quando o produtor do álbum, Alê Siqueira, concluía os últimos arranjos do disco, em Portugal. 


“Bateu uma inspiração que tinha tudo a ver com a faixa A Revolução dos Bichos, enviei um áudio declamando-a, foi encaixada nos acréscimos do segundo tempo. Cheguei em Lisboa com todas as canções prontas, mas gravar com um produtor como Alê não poderia ter sido menos que uma aula, aprendi muito com ele. Concluí minha parte em três dias, não fiz nada muito diferente do que estava habituado. O violão e voz foram captados ao mesmo tempo e sem metrônomo, Siqueira disse que isso valorizaria o vínculo entre meu cantar e tocar, foi um conselho precioso”.


Para 2021, Khalil tem tudo em mãos para aumentar ainda mais o seu alcance no Brasil. Vamos aguardar!


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