Fábio Assunção participa de manifestação e comenta sobre morte de Ágatha: 'Uma guerra inútil'

Ator participou, neste domingo (22), do protesto organizado por moradores do Complexo do Alemão, e usou as redes sociais para prestar solidariedade

Por: De A Tribuna On-line  -  23/09/19  -  18:43
Fábio esteve no cemitério de Inhaúma, onde a menina Ágatha, de 8 anos, foi sepultada
Fábio esteve no cemitério de Inhaúma, onde a menina Ágatha, de 8 anos, foi sepultada   Foto: Reprodução/ Twitter

O ator Fábio Assunção esteve presente em uma manifestação contra a morte da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos. O encontro foi organizado por moradores do Complexo do Alemão. Fábio usou as redes sociais na noite deste domingo (22) para prestar uma mensagem de solidariedade à criança, baleada dentro de uma kombi, no Rio de Janeiro.   


A publicação se tornou, na manhã desta segunda-feira (23) o assunto mais comentado do Twitter no Brasil. Nas redes sociais, o ator escreveu: “Essa guerra em vigor é uma guerra inútil, onde todos perdem. Todos. Policiais em serviço morrem. Cidadãos de bem morrem. Crianças morrem. Quem teve a sorte de não estar na linha de tiro pode se posicionar também". 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Sei o que pensa uma parte da população. E venho aqui de novo dar minha cara a tapa. Mas, independentemente do que pensa esse grupo que enaltece a morte, eu sinto amor e estive no Alemão hoje. Solidário, empático com a dor coletiva e marcando a posição que acredito. Que é a urgência em nos reconhecermos entre aqueles de quem aprendemos manter distância. Aprendemos que os pobres são perdedores, que os pretos são perigosos e que os ricos venceram. Será que não conseguiremos romper essa educação colonial e entender agora que somente o coletivo, a soma e a diversidade podem nos trazer alegria?? Hoje caminhando ali percebi que tinha pouca gente no cortejo. Percorri as ruas com moradores e moradoras chorando ou em silêncio. Existiam ali amor e tristeza. Ruas cheias de buracos, casas sem fachada, obras paradas, esgoto a céu aberto. O morador da periferia e da comunidade não merece viver? Está ali apenas para servir às classes que herdaram algo ou aos que tiveram chance de conquistar uma moradia silenciosa, aos que não dormem ao som dos tiroteios? Agatha tinha 8 anos. Uma criança de 8 anos ainda é pura, ainda está na categoria de anjo, na minha percepção. Minha filha tem 8. Meu filho já teve. Essa guerra em vigor é uma guerra inútil, onde todos perdem. Todos. Policiais em serviço morrem. Cidadãos de bem morrem. Crianças morrem. Quem teve a sorte de não estar na linha de tiro pode se posicionar também. Amorosa e pacificamente. Talvez isso não aconteça amanhã, mas o tempo há de nos levar pelo caminho da admiração mútua, pois todos precisam de amor, de afeto e de oportunidade de crescer. E todos são maravilhosos, cheios de força e talento pra botar pra fora. Falta apenas um olhar. Morador pobre de comunidade não é coitado. Coitados são aqueles que desprezam a vida do outro. 🐨🐨🖤🖤💛💛💛💛💛💛

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O ator, no entanto, não foi a única personalidade a se manifestar. "Quem consegue viver nessa cidade e achar isso normal? Quem consegue não se revoltar?", perguntou a atriz Leandra Leal. Já a apresentadora Angelica transmitiu seus sentimentos à família e chamou Ágatha de anjo. "O que falta pra gente entender que a morte de Agatha é o fracasso dessa indiferença?", questionou a atriz Camila Pitanga. 


Outros artistas criticaram a postura do governador Wilson Witzel que, dois dias após o assassinato, ainda não se manifestou sobre o assunto. Foi o caso da cantora Zelia Duncan, que classificou como "derrota" a postura do político. O humorista Marcelo Adnet escreveu que o silêncio de Witzel é "inacreditável". Também humorista, Fábio Porchat afirmou que a situação gera "revolta" com a atual administração do estado do Rio. 


*Com informações do Extra 


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