Escola da Baixada Santista usa música como forma de inspirar, conectar e ensinar

Método de aprendizado é baseado no universo sonoro de acordes e notas na grade curricular

Por: Redação  -  14/12/21  -  08:40
Desde 2017, o Colégio Masa, em Itanhaém, explora a música no ensino; a diretora, Diane Amêndola, buscou inspiração na avó e sua música
Desde 2017, o Colégio Masa, em Itanhaém, explora a música no ensino; a diretora, Diane Amêndola, buscou inspiração na avó e sua música   Foto: Suellen Duran/Divulgação

A música conecta, inspira e abre horizontes de uma turminha que começa a descobrir as coisas. É assim, com essa perspectiva, que uma escola do Jardim Umuarama, em Itanhaém, no Litoral Sul, ampliou seu método de aprendizado. O Colégio Masa (Maria Aparecida Soares Amêndola) nasceu em 2017, e, de lá pra cá, vem adotando o universo sonoro dos acordes e notas em sua grade curricular.


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A inspiração para criar a escola com música veio dos tempos de criança da diretora, Diane Cristina Amêndola. Masa, na verdade, são as iniciais de sua avó, Maria Aparecida. “As tardes na casa dela eram recheadas de bolo, pães, faz de conta e muita música. Na vitrola tocava Milionário e José Rico, o Trio Parada Dura, Tonico e Tinoco, enquanto eu e meu irmão nos deliciávamos com suas invenções na cozinha”.


Dona Maria Aparecida faleceu quando Diane tinha 12 anos. Ficaram a memória afetiva, as lembranças da avó, então professora primária, e a paixão pela música. A iniciativa, lembra Diane, surgiu dessas memórias. “Da vontade de criar nas crianças lembranças incríveis.”


A diretora entende que é possível passar o conteúdo didático tradicional, adicionando experiências musicais. “A música transforma. Ela invade nossa alma. Ela dá sentido ao aprendizado. Ela conecta, movimenta, transporta. A escola existe pra isso, pra ser testemunha da melhor fase de nossas vidas. Para fotografar nossas melhores gargalhadas, nossos melhores amigos”.


As vivências temáticas são gravadas em vídeo e apresentadas por artistas cover aos pais
As vivências temáticas são gravadas em vídeo e apresentadas por artistas cover aos pais   Foto: Suellen Duran/Divulgação

Clássicos
Pelo método utilizado, a escola revive clássicos da música. O trabalho pode ser sobre história de artistas ou bandas consagradas e o que foi proposto em termos musicais. Em sala de aula, os alunos elegem algumas letras, mas alguns se identificam com uma canção específica. E o método é passado para as crianças com 2 anos às últimas séries – em 2022, a unidade iniciará o 6º ano. Assim, o conteúdo ganha leveza e estimula a sensibilidade, embalada pela melodia em estudo.


“O resultado é incrível. As crianças interagem umas com as outras, não há separação por idade ou série. O projeto acontece unificado. Cantam juntas, descobrem sobre os artistas, relatam suas preferências, doam-se. É bonito demais de ver”, diz a diretora, lembrando os professores que aceitaram a tarefa, David (até junho deste ano) e Rodrigo (a partir de agosto).


Ao longo do período letivo, os alunos já tiveram contato com letras e histórias dos Beatles, Queen, Raul Seixas. Neste ano, após o período remoto devido à pandemia de covid-19, a revisita foi à Bossa Nova, um gênero musical que surgiu nos anos 1950, mais precisamente na Zona Sul carioca.


Tendo como expoentes João Gilberto, Vinicius de Moraes, Elis Regina e Tom Jobim, o gênero reúne influências do samba e do jazz feito nos Estados Unidos.


Ao final do projeto, a escola junta os vídeos das vivências em um único momento, chama um artista cover e apresenta os resultados aos pais e familiares. “E um momento único. De muita emoção. As crianças sobem no palco, cantam com os artistas. É muito bacana. O projeto incentiva os alunos a fazerem aulas de instrumentos musicais, de canto. E incrível”.


As crianças interagem, cantam e, juntas, descobrem sobre os artistas
As crianças interagem, cantam e, juntas, descobrem sobre os artistas   Foto: Suellen Duran/Divulgação

Anna Beatriz, de 7 anos (faz 8 em janeiro próximo), é aluna do segundo ano do Ensino Fundamental e faz aula de canto com uma professora de Santos, Letícia Alcover. As aulas na escola tiveram muita influência na vontade da menina em entrar nesse universo musical, conta a mãe, Luciana Marques Figueira Portella.


“Ela (Anna Batriz) sempre amou as aulas de música e principalmente os projetos anuais (clássicos internacionais, nacionais e seus gêneros). A Bia tem um percepção musical muito aguçada e de muito bom gosto. Tudo por causa das aulas de música.”


Luciana diz que a disciplina na Masa levou a filha a procurar as aulas de canto para complementar o que já aprendia na escola. “Isso foi importante até para nós, pais, porque aprendemos muito com eles”.


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