Autora mergulha na história de Santos do século 16 em Uma Aventura Corsária

Autora de mais de 40 livros, Helena Gomes lança sua mais nova obra

Por: Egle Cisterna  -  11/08/20  -  11:16
  Foto: Divulgação

A invasão de piratas à Vila de Santos, no século 16, é o pano de fundo do livro Uma Aventura Corsária (Ed. Edelbra), de Helena Gomes. A história, dentro dos conceitos da Literatura Fantástica, apresenta ao público infantojuvenil uma aventura pelos mares no período das grandes navegações. Traz seres humanos e criaturas mitológicas, como a Iara e o Hipupiara, em uma trama onde seres exploram novas terras e enfrentam seus perigos.


No enredo, para reparar os danos provocados por um ataque sobrenatural, um navio corsário domina um vilarejo no litoral da Colônia do Brasil. Entre os tripulantes está Anya, uma jovem mestiça de humano e criatura mágica. Quando seres como ela começam a ser misteriosamente assassinados, a garota embarca na mais desafiante das aventuras, numa trama movida por vinganças e pelo poder implacável da magia. “Gosto de explorar fatos históricos. Fiz uma grande pesquisa para escrever esse livro, apesar de envolver a fantasia. No Brasil Colonial, a invasão à Vila de Santos aconteceu e os personagens do livro existiram”, conta a autora. 


Dentro da história envolta em fantasia, ela traz temas polêmicos para a reflexão dos jovens leitores, como a escravidão, a questão indígena e de gênero. “A personagem principal é uma mulher escrava que vai desejando a liberdade”, adianta Helena, que é autora de mais de 40 obras.


A ideia de ter uma protagonista mulher surgiu ainda nas pesquisas para o livro. “Queria que a personagem principal fosse uma menina, para colocar em discussão essa questão de gênero. Naquela época, por exemplo, haviam marinheiros que diziam que mulher a bordo dava azar”, lembra.


Na história, Helena coloca seus personagens num ataque à Vila de Santos no dia de Natal
Na história, Helena coloca seus personagens num ataque à Vila de Santos no dia de Natal   Foto: Divulgação

Na história, Helena coloca seus personagens num ataque à Vila de Santos no dia de Natal. “Quando os corsários chegam, eles repetem um ataque de verdade que aconteceu na região, com o pirata Thomas Cavendish. Me baseei muito no relato dos navegadores, dos corsários daquele período, e passei para a ficção para uma espécie de homenagem. Como eu estou trabalhando o imaginário, eu acho legal mostrar para as pessoas até que eles aconteceram. Pouca gente sabe disso.”


Para chegarem à Vila de São Vicente, os personagens do livro fazem o caminho que era único acesso à época: trilhas por cima dos morros até acessar onde hoje é a Zona Noroeste.


A autora comenta que, no século 16, não se fazia esse percurso terrestre entre Santos e São Vicente pela praia. Ainda ambientando a ficção em fatos reais, a protagonista vai para o colégio dos Jesuítas, que ficava perto da Biquinha, em São Vicente.


Há ainda menção ao padre José de Anchieta e ao Hipupiara, que era um monstro marinho que fazia parte da mitologia dos povos tupis que habitavam o litoral do Brasil daquela época. 


Também com uma inspiração no filme Piratas do Caribe, Helena apresenta um enredo de amor, aventura, magia, com suspense e reviravoltas, que conta ainda com um serial killer. As ilustrações são do designer gráfico e cartunista Rodrigo Rosa.


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