Há 20 anos, um movimento de músicos nascidos na Baixada Santista ajudou a formar uma entidade que representa os trabalhadores da arte do Brasil e do exterior. É a Associação dos Artistas, que para comemorar as duas décadas de atuação em defesa do segmento, lança, no domingo (20), o documentário Associação dos Artistas 20 Anos - Pra Não Dizer Que Não Falei de Arte, reunindo depoimentos de artistas e imagens de seu acervo.
A ideia de fazer o registro, que ficará disponível no canal do YouTube da Associação, surgiu quando o diretor da entidade, Arnaldo Catalan, fez uma postagem no início do ano em suas redes sociais. “Publiquei que o tempo tinha passado rápido demais e que a gente já tinha 20 anos. Alguns artistas começaram a publicar depoimentos e as pessoas começaram a sugerir o registro”, lembra ele.
Artistas como Cesar Camargo Mariano, Alexandre Borges, Hermeto Pascoal, Kenny Brown, além de produtores e artistas da Baixada Santista falam sobre a importância da instituição para a promoção da Cultura. Além dos depoimentos, Catalan fez pesquisas nos materiais que a entidade tinha gravados das apresentações realizadas com apoio dela.
Início
Em 2000, um grupo de músicos se uniu para questionar a Ordem dos Músicos do Brasil, em questões polêmicas que vinham sendo debatidas há décadas. Essas reivindicações se espalharam pelo território nacional e resultaram em mudanças nas leis da categoria.
Assim nasceu a associação, que ampliou seu foco para as demais áreas da Cultura, como teatro, audiovisual, dança e literatura, representando os artistas em produções, convênios junto ao setor público, contratos com empresas, divulgação, cursos de formação, representação jurídica dos produtores, professores, grupos ou bandas.
“Considero o marco zero da entidade, a primeira ação que fizemos foi uma apresentação da Jazz Big Band, na comemoração dos 500 anos do Brasil, em São Vicente”, conta Catalan. As ações desenvolvidas geraram parcerias e contratos, com governos federal, estaduais, municipais e empresas públicas e privadas, como Petrobras, Vale, Porto Seguro, Porto de Santos e Ecovias.
Próximos passos
Hoje, a entidade conta com cerca de 400 associados espalhados pelo Brasil, Portugal, Argentina, Equador e Estados Unidos, e aguarda para a retomada das atividades da categoria no próximo ano.
“Sabemos que uma das primeiras coisas a parar foi o trabalho dos artistas e deve ser uma das últimas a voltar. Fizemos projeções de retomada no meio do próximo ano, se tivermos a vacina”, avalia o diretor da Associação.
Ele acredita que uma das primeiras atividades da entidade que sejam retomadas seja uma parceria com a Ecovias, onde artistas oferecem atividades de entretenimento para os caminhoneiros que ficam parados no pátio da concessionária, aguardando a liberação para a entrada no Porto de Santos.