Aos 74 anos, Eliana Pittman lança álbum com grandes sucessos

Cantora teve destaque internacional entre os anos 1960 e 1980, com o disco Hoje, Ontem e Sempre

Por: Egle Cisterna & Da Redação &  -  15/01/20  -  12:12
Eliana Pittman, de 74 anos, quer retomar sua carreira de sucesso
Eliana Pittman, de 74 anos, quer retomar sua carreira de sucesso   Foto: Divulgação

Sem gravar um trabalho inédito desde 1991, a cantora Eliana Pittman, 74 anos, quer retomar sua carreira de sucesso, que teve destaque internacional entre os anos 1960 e 1980, com o disco Hoje, Ontem e Sempre.


O álbum, gravado em formato acústico com violão e percussão, reúne dez regravações de músicas de autores como Vinicius de Moraes, Martinho da Vila, Fito Paez, Chico Cesar, Candeia, Cazuza e Gilberto Gil.


“Esse trabalho juntou o que eu era, o que eu sou hoje e o que sempre serei”, afirma a intérprete que popularizou o ritmo carimbó e levou o samba para mais de 30 países em sua carreira internacional.


Há um ano, Eliana foi convidada pelo Sesc-SP para cantar, acompanhada de violão, na trilha sonora do balé Cebola, Casas de um todo, do coreógrafo Kelson Barros. “Não sou mulher de banquinho e violão, sou de pauleira. Mas aceitei o desafio e foi uma apresentação incrível”, conta. A empolgação foi tanta que ela e o produtor musical Thiago Marques Luiz resolveram transformar o repertório em um CD.


Além da trilha usada no espetáculo, o novo trabalho traz oito faixas bônus ao vivo de um show gravado em 1970, em Paris, na boate Dom Camillo, com clássicos da música brasileira e Bossa Nova, como Aquele Abraço, Garota de Ipanema e Ponteio. “Eu tinha esse tape guardado em casa, há 50 anos. Foi preciso o Thiago vasculhar a casa para encontrar esse registro.”


Na gravação, Eliana aparece interagindo com o público em francês e com uma voz mais aguda, bem jovem, diferente das canções recentes do álbum, onde a música de Eliana ganha mais força.


Do garimpo de seu acervo pessoal também saíram as fotos inéditas que compõem o encarte do álbum, onde estão várias fases de sua carreira. O reencontro com seu passado e todo esse material de mais de 60 anos fizeram com que a cantora tivesse, pela primeira vez, vontade de produzir sua biografia.


Nesta semana, aliás, o historiador mineiro Daniel Saraiva (também responsável pela biografia de Nara Leão) começou o levantamento da vida de Eliana para um livro que ela pretende lançar em breve.


Origens


A cantora se encantou pelo mundo da música por influência de seu padrasto, o saxofonista norte-americano Booker Pittman, e começou a cantar em 1961. “Ele falava: ‘Eliana microphone; Booker saxophone; Ofelia telephone’. E era verdade. Minha mãe (Ofélia) era nossa empresária e fechava todos os contratos de show por telefone”, conta ela, entre risos.


Eliana lembra ainda que Booker, assim que chegou ao Brasil, tocou nos cassinos de Santos. “A Cidade tinha uma grande efervescência cultural. E a sinto assim até hoje. Gosto muito de me apresentar em Santos”, afirma.


Para sair em turnê com o novo trabalho, ela procura patrocinadores. “Quero levar o audiovisual para dentro do espetáculo, para fazer um show bonito e, no futuro, colocar junto uma orquestra sinfônica”, sonha.


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