'365 dias': Filme ‘soft porn’ já é o mais visto

Produção polonesa deixa muito a desejar

Por: Lucas Krempel  -  18/06/20  -  16:09
  Foto: Reprodução

O erotismo no cinema não é novidade. Desde o fim dos anos 1920, o assunto é recorrente nas produções. Seja com cenas mais quentes como em A Bela da Tarde (1967), do espanhol Luis Buñuel, até produções que ficaram marcadas por inúmeras polêmicas como O Último Tango em Paris (1972), de Bernardo Bertolucci, ou Ninfomaníaca (2013), de Lars Von Trier.


Depois do barulho exagerado com Cinquenta Tons de Cinza, a bola da vez é o filme polonês 365 Dias (365 Dni), baseado no livro homônimo da autora Blanka Lipinska. A produção estreou em fevereiro na Polônia, mas chegou recentemente ao Netflix.


Mais do mesmo, mais um candidato ao antigo Cine Privê, da Bandeirantes. Não consigo ver graça alguma nesses filmes. São soft porn mascarados como filmes românticos. Em 365 Dias, as cenas de sexo são ainda mais presentes se comparado a Cinquenta Tons de Cinza.


No entanto, a popularidade está garantida. É o filme mais visto da Netflix nos últimos sete dias. A continuação do longa já está nos planos de todos. Então não duvide nada que vire uma trilogia, série adaptada para TV. O soft porn está em alta, a demanda existe, é grande.


A produção segue a história de uma jovem polonesa que é sequestrada por um italiano mafioso dominador a fim de conquistá-la em 365 dias. Ou seja, uma romantização da Síndrome de Estocolmo.


Como é possível criar simpatia com um filme desse? Em tempos que discutimos o protagonismo feminino, a força das mulheres à frente e atrás das câmeras, chega uma trama sobre um italiano sedutor e criminoso. Uau, que incrível, apaixonante. Claro que não. Terrível! Péssima ideia, terrível hora, fuja desse embuste do cinema.


Quer filme bom? Assista Destacamento Blood, de Spike Lee. Quer filmes sensuais, sedutores? Opções não faltam, vá atrás dos clássicos.


Outras estreias


A Netflix, por sinal, está mantendo um ritmo bom de estreias semanais. Se na última semana, Spike Lee nos brindou com um bom candidato ao Oscar 2021, agora é a vez de Wasp Network - Prisioneiros da Guerra Fria, o segundo filme de Wagner Moura na Netflix durante a pandemia.


A produção chega nesta sexta-feira (19) à plataforma. Na trama, que se passa em Havana, início dos anos 1990. René Gonzalez, um piloto cubano, rouba um avião e foge de Cuba, deixando para trás sua amada esposa e filha. Ele começa uma nova vida em Miami. Outros desertores cubanos logo seguem e iniciam uma rede de espionagem. Sua missão é infiltrar-se em organizações anti-castristas violentas responsáveis por ataques terroristas na ilha.


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