Longa-metragem exibido em Santos aborda vínculo entre Brasil e Japão

'Onde as Ondas Quebram' terá nove sessões gratuitas, seguidas de debates e rodas de conversa

Por: ATribuna.com.br  -  15/06/23  -  07:13
Atualizado em 05/07/23 - 08:21
O filme constrói pontes geracionais e culturais, com fatos históricos
O filme constrói pontes geracionais e culturais, com fatos históricos   Foto: Divulgação

O longa-metragem Onde as Ondas Quebram, dirigido pela documentarista nipo-brasileira Inara Chayamiti, terá nove sessões gratuitas, seguidas de debates e rodas de conversa com convidados, entre o próximo sábado (17) e o dia 8 de julho em museus e espaços culturais em cinco cidades do Brasil (São Paulo, Londrina, Arapongas, Ribeirão Preto e Santos).


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No filme, a documentarista investiga sua identidade fragmentada colando peças da história de sua família e da saga nipo-brasileira, marcadas pela imigração entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão.


Partindo de um ponto de vista autêntico e de uma busca curiosa e afetiva, o filme constrói pontes geracionais e culturais, levantando fatos históricos e atuais, questões pessoais e universais.


Busca de identidade
Quando Inara Chayamiti migra do Brasil para a Holanda, descobre-se estrangeira em sua própria terra natal. Ela, que se considerava uma típica brasileira no caldeirão do país, percebe agora o seu não lugar: vista como japonesa demais no Brasil e nada japonesa no Japão. Começa então a buscar sua identidade fragmentada investigando a história de sua família.


Como na arte japonesa de reparar cerâmicas com ouro, ela cola peças dessa história marcada por duas diásporas entre lados opostos do mundo: Brasil e Japão. Ao usar ouro em sua cola, o kintsugi valoriza a imperfeição e a história de cada peça.


Por considerar-se brasileiro, o pai de Inara rompeu com tradições japonesas e até mesmo casou-se com a mãe de Inara, uma gaijin (estrangeira) para a decepção de sua família. Sua batchan (avó), nascida no Brasil, define-se como japonesa sem titubear. Seus tios vivem no Japão há 30 anos enquanto brasileiros. E apesar de suas primas terem nascido lá, elas são brasileiras que só conhecem o Japão.


Afinal, o que torna uma pessoa brasileira, japonesa ou de qualquer lugar? Nascer em um lugar ou em outro? Crescer lá ou aqui? Entender sua cultura e língua? Amar um lugar? E o que significa ser vista como amarela? Como foi isso para seus bisavós e avós?


Em sua jornada por respostas, a cineasta percebe o quanto desconhece as memórias familiares e a história coletiva. Descobre que sua batchan, aos 6 anos de idade, estava entre milhares de japoneses e descendentes que perderam tudo por serem vistos como inimigos no Brasil durante a 2a Guerra. Porém, ela descobre que essa hostilização, na forma de racismo e xenofobia, já ocorria muito antes da guerra.


Mais informações e a agenda completa em todas as cidades podem ser conferidas no site do longa.


Serviço
A estreia será sábado (17), no Grande Auditório do Bunkyo (Rua São Joaquim, 381, Liberdade, na Capital), às 19h, com debate público com Jorge J. Okubaro, jornalista, escritor e autor de O Súdito (Banzai, Massateru!), Laís Miwa Higa, antropóloga, feminista, doutoranda e pesquisadora, Inara Chayamiti, diretora do filme e mediação de Beatriz Diaféria, atriz, comunicadora e criadora do Yo Ban Boo.


A última sessão será em Santos, no dia 8 de julho, a partir das 16 horas. Neste dia, completam-se 80 anos da expulsão da comunidade japonesa do litoral paulista. Será na Associação Japonesa de Santos (Rua Paraná, 129, Vila Mathias), com debate público que contará com as participações de Sadao Nakai, presidente da Associação Japonesa; Inara Chayamiti e mediaçao de Márcia Okida, designer e artista visual, curadora de arte e professora universitária.



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