Lançamento de livro sobre Pagu movimenta a Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos

De autoria de Lúcia Teixeira, Os Cadernos de Pagu reúnem diversos fragmento da arte do pensamento da jornalista

Por: Anderson Firmino  -  12/11/23  -  06:30
Obra de Lúcia Teixeira enaltece uma figira de vanguarda da cultura brasileira do século 20
Obra de Lúcia Teixeira enaltece uma figira de vanguarda da cultura brasileira do século 20   Foto: Sílvio Luiz/AT

O salão principal da Pinacoteca Benedicto Calixto, no Embaré, em Santos, ficou lotado na tarde deste sábado (11). Por todos os cantos, se respirava letras e tons de uma pessoa especial: Patrícia Galvão, a Pagu, que morreu em Santos em 1962.

O lançamento do livro Os Cadernos de Pagu, da escritora Lúcia Teixeira, reuniu autoridades e apreciadores do trabalho de uma mulher à frente do seu tempo.

“Ela sempre fez questão de incentivar a literatura, a cultura Como jornalista, sempre documentando o seu tempo. Esse é o motivo para que esses cadernos tenham chegado, quase 100 anos depois. E que ela tenha deixado aqui em Santos”, conta Lúcia Teixeira, principal pesquisadora no País da obra de Pagu.

Anteriormente, ela já havia publicado três outras obras sobre Pagu. Por isso, Lúcia entende que a escritora se adaptaria aos tempos atuais. “Ela fala de temas que nós achamos que poderiam estar encerrados, como a preocupação com a guerra, algo que estamos vivenciando hoje”.

Desta vez, a tarefa de Lúcia foi compilar o que Pagu gerou, dos simples rabiscos, bilhetes e desenhos até manuscritos, ajudando a mostrar a forma de pensar (e agir) de Pagu, especialmente às novas gerações.

“Ela quis empoderar muita gente. O objetivo dela era fazer não só as mulheres, mas que homens e crianças tivessem um lugar melhor no mundo. Era daquelas pessoas altruístas, mas nem sempre entendidas, porque buscam caminhos para que possam realizar esses objetivos”.


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Fomento à cultura
O lançamento de Os Cadernos de Pagu é mais uma oportunidade da Pinacoteca reforçar a condição de polo cultural de Santos e da Baixada Santista.


Para o presidente da Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto e diretor-presidente da TV Tribuna, Roberto Clemente Santini, a aproximação do Casarão Branco com a sociedade, por meio da cultura, é um desafio permanente.


“A Pinacoteca respira cultura, respira arte. É o lugar ideal. Estamos em um ótimo momento, com muitos eventos. Além disso, a ligação da Pagu com A Tribuna é muito grande. Santos sempre foi precursora na cultura ”, afirma.


Presidente da Associação de Amigos da Pinacoteca, a jornalista Cristina Guedes destacou o legado de Pagu. “As pessoas que eram vistas como revolucionárias passam a servir como referência”, define.


O livro, de 330 páginas, é publicado pelas editoras Noccelli e Unisanta, com preço de R$ 69,90.


Emoção
Familiares de Patrícia Galvão compareceram ao evento e destacaram a preservação de sua memória.


“Cada nova leitura que faço dela, a gente descobre coisas novas. Reconstituir a vida de uma pessoa é um quebra-cabeças, O trabalho da Lúcia é fundamental para compreendermos a nossa história. Pagu continua necessária”, explica Rudá K. de Andrade, que é neto da escritora.


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