Os cosmos têm proporcionado raros momentos de beleza no ano em que a vida de todos foi impactada com a escalada de contágio do novo coronavírus. E a Lua, inspiração de poetas pela solidão do satélite natural da Terra, passa a ter uma (provisória) companhia para lá de especial nos próximos meses. Uma minilua poderá ser vista em breve janela entre outubro e maio do ano que vem.
De acordo com os astrônomos, o fenômeno é formado por asteroides atraídos pela órbita gravitacional de corpos celestes maiores. Neste caso, cientistas acreditam que a minilua tenha sido criado pelo homem, por se tratar de lixo espacial – parte e dejetos de naves espaciais ou satélites artificiais sem uso.
Batizado pela comunidade científica mundial de 2020 SO, essa será a terceira minulua que ficará em órbita e visível da Terra. Apesar de relatos desde a antiguidade de aparições do fenômeno, apenas dois anteriores foram mapeados: o 2006 RH120 (visível entre 2006 e 2007) e o 2020 CD3 (entre 2018 e 2020).
A velocidade de aproximação do 2020 SO é mais baixa dos anteriories. Por essa razão que os cientistas acreditam se trata de lixo espacial. A principal suspeita é de uma capsula do estágio Centaurom, descartado de um foguete em 1966 na fracassada missãoque lançou o módulo lunar Surveyor 2.
Modelos matemáticos indicam que tamanho da minilua seja entre 6,4 metros e 14 metros, o que se encaixaria com as dimensões do foguete, que tinha 12,68 metros de comprimento. A comunidade científica descarta risco de o objeto ser capturado pela atmosfera terrestre — a menor distância que ele atingirá será de 50 mil quilômetros.