Desconstrução, brasilidade e ousadia. Estas são algumas das tendências que as coleções apresentadas na São Paulo Fashion Week que veremos nas ruas, segundo o consultor de imagem e estilo Rafael Flumingnam. O especialista, que é de Praia Grande, esteve nos desfiles, cujo tema Sintonia deu o tom.
Para Rafael, os desfiles não devem ser lidos de forma literal, mas muito do que se viu será adaptado à rotina diária. “O que é apresentado tem um ar mais teatral e dramático para que a mensagem da criação seja passada. Mas, veremos muitas informações saindo das passarelas para as ruas, como a cor marrom e peças de alfaiataria mais casuais e até street”.
Dentre as escolhas de Rafael para o dia a dia, estão as tonalidades da cor marrom e suas possibilidades, observada por ele em quase todos os desfiles. Também os casacos longos como terceira peça e as sobreposições ganham cada vez mais os brasileiros.
As formas menos rentes ao corpo, que se enquadram na nova onda de relaxed, fugindo das peças skinny estão em muitas coleções. As composições monocromáticas e a desconstrução da alfaiataria, sendo introduzida em aspectos bem menos formais e com novas modelagens são outras tendências que vêm em alta.
“Sou suspeito de falar sobre alfaiataria desconstruída. Venho de um mercado muito tradicional e masculino, ver essa técnica antiga ganhar novas roupagens, além de representar um avanço social, também abre um novo mercado para desenvolver o setor feminino e a própria moda street style”, comenta o consultor de moda.
De acordo com Rafael, essa nova visão está em coleções de estilistas como Igor Dadona e Rafael Caetano, que deram um tempero e um novo jeito de ser chique para as peças que foram apresentadas. A brasilidade e ancestralidade de Maurício Duarte, com a coleção Piracema, “foi uma explosão de emoções, conectando quem estava assistindo ao desfile com as raízes indígenas”. Já a Dendezeiro se destacou pela brazilidade e a crítica social.