Psicóloga dá dicas de como ser feliz no trabalho

Para ter satisfação, é preciso trabalhar o autoconhecimento e até renovar o jeito de olhar a vida e manter as relações

Por: Giovanna Corerato  -  14/08/22  -  07:33
Atualizado em 18/08/22 - 14:07
É possível resgatar a motivação
É possível resgatar a motivação   Foto: Reprodução/Adobe Stock

A insatisfação é um problema que afeta mais profissionais a cada dia. Pesquisa da International Stress Management Association (Isma) no Brasil mostrou que 72% das pessoas estão insatisfeitas com o trabalho. Falta de concentração e de foco, produção reduzida e distração são algumas das características de quem não está feliz.


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Mas é possível resgatar a motivação. Afinal, assim como em nossa vida pessoal, no serviço sempre haverá coisas boas e outras nem tão agradáveis. De acordo com a psicóloga da Telavita, clínica digital de saúde mental, e especialista em consultorias de recursos humanos Silvia Zoffmann, é possível se sentir mais atraído pelo trabalho, já que passamos mais tempo nele do que fazendo qualquer outra coisa.


“É comum projetarmos no ambiente profissional a ‘responsabilidade’ em relação ao nosso prazer e motivação. Precisamos lembrar que todos os ambientes são compostos por pessoas. Com isso, o principal combustível para tornar o trabalho mais atraente é o vínculo pessoal que estabelecemos com ele, com a atividade e com os membros que fazem parte desta cadeia produtiva”, explica.


Vínculos
Além disso, durante o expediente precisamos lidar com vários tipos de pessoas. Um desentendimento dentro da empresa também pode atrapalhar a atração que sentimos por nossa atividade. “O ambiente saudável é um fator decisivo para manter o trabalho atraente. Quando há equipes, ou relacionamentos com clientes, alunos e fornecedores, é necessário mediar conflitos a todo momento, de maneira mais imparcial possível e observando todas as variáveis envolvidas”, orienta Silvia.


Contudo, há um ponto a ser ressaltado: quanto mais nos conhecemos, nos observamos e temos objetivos claros sobre nossa produtividade, nossa utilidade e nosso perfil, menos nos envolvemos em conflitos e menos ainda ficamos vulneráveis ao ambiente em caso de brigas e desentendimentos.


Além de criar e cultivar esses vínculos e promover relações e ambientes saudáveis, Silvia elenca outras ações que contribuem para deixar o trabalho mais atraente ou para que o profissional encontre sentido em sua carreira. “Ferramentas de autoconhecimento, de orientação de carreira e apoio psicológico, oferecidas por muitas organizações, devem ser aproveitadas pelos profissionais, pois favorecem bastante o encontro do sentido do trabalho, em alguns momentos mais do que a própria remuneração”.


Remuneração
Sem dúvida, a remuneração é um combustível. Mas além dela, é interessante encontrar sentido no que se faz. “Além dos ganhos financeiros, é necessário refletir que as gestões das empresas podem priorizar o que chamamos de ‘salário emocional’ para engajar os profissionais e manter o trabalho atraente para tantas pessoas”, afirma a psicóloga.


Ela explica que esse ‘salário emocional’ se trata, basicamente, de um conjunto de fatores subjetivos (emocionais e motivacionais) que estimulam o funcionário a realizar um bom e reconhecido trabalho para se manter na organização.


Cada empresa ou negócio precisa encontrar a forma possível para motivar as pessoas que lá trabalham, com o ‘salário emocional’, para além da remuneração comum. Para quem trabalha de forma autônoma, também é interessante observar se existe o ‘salário emocional’, ou melhor, essa ‘contrapartida emocional’.


Truques
Nosso caminho para tornar o trabalho mais atraente é único, baseado em nossa autoestima e capacidade de fazer escolhas. Caso contrário, ficamos dependentes das empresas e dos fatores externos e, portanto, mais sujeitos a jogar as conquistas para o alto e desistir.


Silvia destaca a importância de o profissional reconhecer seu histórico de realizações e desenvolvimento pessoal, para não depender de desafios e novidades a todo o momento para se sentir atraído pelo que faz. “Além disso, é importante que a pessoa saiba levar uma vida com menos expectativas e mais foco nas próprias responsabilidades e desenvolvimento. Isso ajuda e muito a tornar o expediente mais prazeroso e produtivo”


A principal dica é que o ambiente interpessoal (das relações humanas) no trabalho deve ser minimamente saudável. Precisamos sentir que somos úteis e produtivos, sendo reconhecidos por isto. Mas esta é a parte que cabe a cada indivíduo: procurar as condições e ter autoestima e planejamento suficientes para não aceitar de maneira consciente menos do que isto.


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