Jovem vinícola brasileira vem transformando o cenário do vinho nacional

Seus vinhedos ocupam 34 hectares numa altitude de 410 metros, na região da Serra do Sudeste

Por: Claudia G. Oliveira - Colaboradora  -  28/04/24  -  12:48
  Foto: Divulgação

Santé! Manus é uma jovem vinícola brasileira que vem transformando o cenário do vinho nacional. Em 2000, apenas produziam e vendiam uvas em grande escala, mas foi em 2020 que Gustavo, Adriana e Diego Bertolini decidiram vinificar e engarrafar seu vinho, sua marca. Seus vinhedos ocupam 34 hectares numa altitude de 410 metros, na região da Serra do Sudeste, entre a Serra Gaúcha e a Campanha Gaúcha, na cidade de Encruzilhada do Sul.


Manus, do latim “mãos”, tem o significado de valorizar o homem como protagonista responsável ao traduzir e transformar o que a natureza oferece. Os vinhos da Manus são produto do trabalho do homem no vinhedo, safra a safra. Vinha e vinhateiro criam uma relação íntima e respeitosa com a natureza.


A Serra do Sudeste é hoje um terroir a ser destacado, uma vez que clima, solo e relevo têm perfeitas condições para a viticultura. Na Manus, a condução dos vinhedos se dá no sistema de espaldeira, proporcionando excelente amadurecimento do fruto e, consequentemente, produzindo vinhos de alta qualidade.


O diferencial está na sua parceria com a Embrapa Uva e Vinho. Juntos, praticam uma viticultura de precisão desde 2020, através de mapeamento do solo, com a tecnologia NDVI (Normalized Difference Vegetation Index, ou índice de medição da sanidade e a densidade da vegetação através de imagens de satélite, auxiliando no monitoramento das lavouras, e nas tomadas de decisão relacionadas ao manejo da cultura), sistema este inédito em vinhedos, até então.


Durante o lançamento do Guia Descorchados 2024, conversei com Gustavo Bertolini, enólogo e um dos sócios proprietários. Ele contou que a Manus é uma vinícola butique de pequenos lotes de microparcelas. Disse ainda que a produção é pequena, mas o trabalho que vem desenvolvendo visa a valorização e o destaque da ciência aplicada com viticultura de precisão, que é realizada via satélite, o que significa a utilização de uma tecnologia de ponta para medir o PH do solo e definir o melhor dia e hora para a colheita.


Junto à Embrapa, trabalham com mapeamento de solo e desenvolvimento de leveduras autóctones no próprio vinhedo, resultando num vinho brasileiro de alta gama, valorizando principalmente o vinho de território brasileiro, com microbiologia nacional, dignificando o terroir da Serra do Sudeste.


A enologia da Manus tem a assinatura da ítalo-brasileira Monica Rossetti, que conhece como poucos o terroir de Encruzilhada do Sul, uma vez que atuou na Lidio Carraro e na Chandon Brasil e traz consigo a experiência de quem há mais de 20 anos participa de vindimas entre dois continentes, Europa e América do Sul. Monica tem uma visão internacional e inovadora que busca valorizar a expressão da vitivinicultura local.


As uvas cultivadas são: Barbera, Nebbiolo, Pinot Noir, Teroldego, Touriga Nacional, Alvarinho, Chardonnay, Vermentino, Assyrtiko e outras.


A vinícola Manus elabora três linhas de vinhos: a Virgo Manus, na qual predomina o frescor e a originalidade da casta e do território que a origina; a Manus Clássica, os crus da Vinhedos da Quinta, fruto da observação de mais de 22 anos, na qual as castas mais emblemáticas do território, situadas nas melhores parcelas catalogadas, gerando os vinhos mais expressivos e revelando o melhor do terroir da Serra do Sudeste; e por último a Liberum Manus, linha autoral da marca que busca testar e experimentar todo o potencial e diversidade de castas e terroir da Serra do Sudeste.


Durante o evento Descorchados 2024, provei e me encantei com os rótulos da Manus, que a seguir destaco.


A Manus Vinhas e Vinhos recebe visitantes, e os interessados podem agendar no site www.manusvinhasevinhos.com.br.


Até a próxima taça!


momentodivino@atribuna.com.br

@claudiaenoamigos


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