Humor certeiro: Rafael Portugal vive a melhor fase de sua carreira

Antes da fama, o ator e humorista pensou várias vezes em desistir; confira o bate papo com o artista

Por: Stevens Standke  -  16/01/22  -  10:09
Rafael fala das músicas que escreveu para nomes como Maria Gadú e diz que ama ser pai
Rafael fala das músicas que escreveu para nomes como Maria Gadú e diz que ama ser pai   Foto: Davi Campana/ divulgação

Rafael Portugal é puro bom humor, o tipo de pessoa que faz piada a maior parte do dia. Depois de ver diversas portas fecharem na sua cara e quase ter jogado tudo para o ar, hoje aproveita a melhor fase da sua carreira, na qual continua colhendo os frutos do trabalho por dois anos no quadro CAT BBB, do Big Brother Brasil. Sem falar da atuação no canal do YouTube Porta dos Fundos e no programa A Culpa é do Cabral, do Comedy Central. O carioca de 36 anos também é um compositor de longa data, com músicas gravadas por nomes como Maria Gadú e Jorge & Matheus. No momento, seu trabalho ainda pode ser conferido no filme Juntos e Enrolados, que narra a crise vivida pelo casal Júlio (Portugal) e Daiana (Cacau Protásio) perto de subir ao altar. A seguir, declara seu amor pelas enteadas, Maria Eduarda, de 16, e Marcela, de 13 – do casamento de 12 anos com Vaneli.


Apesar de o filme Juntos e Enrolados abordaruma crise amorosa com muito humor, qual é amensagem queficapara o público?


A de quanto é importante ter respeito em todos os tipos de relação. Acredito que o filme também nos convida a entender que a vida é uma só para ficarmos perdendo tanto tempo com coisas que não agregam para nossa felicidade.


O que priorizou na hora de compor o Júlio?


Na realidade, eu sou o Júlio no dia a dia. Trabalho bastante, me atrapalho às vezes e, de vez em quando, assim como ele, tento explicar algo para as pessoas e elas não me levam a sério (risos). Então, não houve qualquer complexidade para interpretar o Júlio.


Tem mais facilidade para montar um personagem ou preparar um standup?


Olha, realmente não sei dizer o que flui melhor (risos). Meus papéis ganham forma sempre com a ajuda da direção. Juntos, fazemos o personagem nascer e caminhar. Já o meu show de stand up é uma grande verdade apresentada e compartilhada ao vivo no palco. A sensação que tenho é a de que todo espetáculo acaba sendo diferente, porque as pessoas que o assistem também são sempre diferentes.


Qual sua opinião sobre a retomada do cinema?


Está sendo um alívio. O cinema é importante na vida de todos nós. Poder tirar um tempo do dia para sentar de frente para aquela tela gigante e rir, chorar, compartilhar histórias... Isso é simplesmente demais.


O que despertouasua vontade de ser ator?


Ainda criança, em casa, via o meu pai rindo e era por causa do Tom Cavalcante. Isso, de alguma maneira, despertou o desejo de fazer o meu pai rir também. Ainda lembro de me emocionar e cair na risada com o Chaves, icônico papel do Roberto Bolaños. Eu sou ator por causa deles. Depois, com o tempo, a vida foi me presenteando com mais ídolos e inspirações. Com algumas, até tenho ou tive o privilégio de trabalhar junto.


E quando percebeu que levava jeito para o humor?


Isso aconteceu na escola. Apesar de não ter sido um bom aluno e ter repetido a quinta série, eu amava ir às aulas. Tive ali a minha primeira plateia.


No dia a dia, você é bem-humorado o tempo inteiro?


Acho que sou uma pessoa divertida em casa. Esse é o meu jeito. Mas confesso que, como todo mundo, há momentos em que quero ficar na minha. Mesmo assim, na maior parte do dia, fico fazendo piadas.


Quais foram os principais desafios que enfrentou até ter seu talento reconhecido e ficar famoso?


Algo curioso é que, na minha época de testes para novela, comercial, teatro, eu nunca fui aprovado em nada. Foi assim por anos. Pensei bastante, inclusive, em desistir da carreira. Também senti vontade de deixar tudo para trás depois de ser reconhecido, mas, hoje, estou muito feliz com o que construí. Durante minha busca por um lugar no mercado, cheguei a trabalhar em mercado, escritório, fui entregador de cartuchos de impressora, panfletei, vendi salgados. Esse último emprego foi uma época boa, pois comia tudo que não vendia.


Como vê a evolução do Porta dos Fundos e do programa A Culpa é do Cabral?


Ao longo da carreira, tive a chance de fazer algumas coisas lindas e incríveis. Entre elas, considero o Porta dos Fundos e o A Culpa é do Cabral presentes de Deus. Amo trabalhar no Porta dos Fundos. Falando do A Culpa é do Cabral, a cada nova temporada, é sempre uma delícia reencontrar meus amigos.


O que fica de mais legal da experiência no CAT BBB?


Eu sabia que bastante gente ia falar do quadro, por se tratar do BBB, mas não imaginava que ia receber tanto carinho do público. As pessoas se sentem, de fato, representadas no CAT. Os roteiristas também foram maravilhosos. Nós mantivemos uma parceria bem legal, mesmo eu tendo total liberdade para improvisar muito.


Como é a sua relação com a música?Ela veio antesou depoisda interpretação?


A música está na minha vida desde sempre. Em casa, a gente escutava de tudo. Componho letras desde antes de ser reconhecido. Por exemplo: João de Barro, que foi gravada pela Maria Gadú, faz mais de 13 anos que eu escrevi. Leandro Léo, Renato Vianna, Jorge & Matheus, Vitin Onze:20, Tierry, Rapha Lucas, PK, L7, Papatinho… Esses são alguns outros artistas e bandas que cantaram composições minhas.


Pintouocabelo de loiro para algum trabalho?


Não. Foi só para tirar férias e deixar crescer. Porém, voltei antes para o trabalho e comecei a gravar com esse cabelo. Agora, o visual ficou (risos).


Como define o Rafael Portugalpaide família?


Eu amo ser pai. Tenho duas meninas que me ensinam muito e fazem valer demais a vida e a volta para casa. Sou grato pelas mulheres da minha vida: minha esposa, minhas filhas, minha mãe e minha irmã.


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