Ghostbusters: Frozen Empire. Mesmo com resgate de elenco, história fraca

Se há algo a dizer de bom sobre o filme, é que voltar a ver os sobreviventes da obra de 1984 na tela é um alento

Por: Gustavo Klein  -  28/04/24  -  12:53
Lançamento só vale para ver de novo sobreviventes do filme original
Lançamento só vale para ver de novo sobreviventes do filme original   Foto: Jaap Buitendijk/Columbia Pictures/Sony via AP/divulgação

Há exatos 40 anos, em meio à revolução provocada por Steven Spielberg e George Lucas com Star Wars, Indiana Jones, Goonies, Gremlins e De Volta para o Futuro, uma comédia de terror fez um verdadeiro estrago nas bilheterias de todo o mundo e se tornou um ícone do cinema daquela década. Os Caçafantasmas original tinha tecnologia de ponta (para a época), ótima direção de Ivan Reitman, trilha sonora impecável, uma boa história e um elenco absurdamente bom, liderado pelo sempre cínico Bill Murray (que entrou no lugar do falecido Jim Belushi) e que tinha Sigourney Weaver, Rick Moranis, Dan Aykroyd, Harold Ramis, Ernie Hudson e Annie Potts (a avó de Sheldon em Young Sheldon).


O filme, um desbunde de tão bom, marcou a cultura pop, liderou as bilheterias e as paradas musicais, ganhou bonequinhos, figurinhas, quadrinhos, videogames, desenhos e uma continuação horrorosa poucos anos depois. O trauma do fracasso foi tão grande que por mais de 25 anos não se tocou no assunto. Em 2016, mais uma tentativa de repetir o sucesso original, com um elenco feminino. Fracasso novamente.


Em 2021, uma tentativa de reboot com Ghostbusters: Afterlife, feito com um novo elenco. Bomba. Chegamos, enfim, neste terceiro parágrafo, a 2024 e a Ghostbusters: Frozen Empire. É impossível entender este novo fracasso sem seus antecessores. Ele é parte de toda a trajetória patética da franquia ao longo dos últimos 40 anos e, apesar de algumas piadas boas aqui ou ali, não é melhor que nenhum deles.


Se há algo a dizer de bom sobre o filme, é que voltar a ver os sobreviventes da obra de 1984 na tela é um alento. Murray, Aykroyd, Sigourney, Moranis, Ernie e Annie se juntam a Paul Rudd, McKenna Grace, Finn Wolfhard e Logan Kim na história fraquinha sobre a descoberta de um artefato antigo que acaba liberando uma força maligna milenar. A turma toda - novos e velhos - retorna então ao clássico quartel dos bombeiros em Nova Iorque que serviu de base para a primeira batalha contra o sobrenatural.


A ameaça, agora, é o limiar de uma nova era do gelo patrocinada pelo monstrengo (que é assustador de verdade) e que será assombrada pelos fantasmas libertados junto com ele. Um personagem-chave para a guerra é feito pelo comediante de origem paquistanesa Kumail Nanjiani (do ótimo Doentes de Amor e de Twilight Zone). E é nele que estão concentradas as melhores piadas e boa parte da pouca graça do filme, que adota um tom mais sério e assustador que qualquer uma das continuações.


O restante da história inclui inúmeras brincadeiras com toda a história da franquia, em especial com os mini-Stay Puft, os bonequinhos de marshmallow que agora são tudo menos ameaçadores (na verdade, se parecem com os minions) e com a música de Ray Parker Jr. Se você tem mais de 50 anos e morre de saudade da comédia que marcou sua infância, assista ao filme original que a sensação será muito melhor: já não se fazem fantasmas como antigamente!


E se você curte comédias de terror, finalizo esta coluna com a dica de seis filmes que honram a tradição do gênero e merecem a sua visita muito mais do que Frozen Empire: O Jovem Frankenstein (Mel Brooks, 1974); Beetlejuice (Tim Burton, 1988, vai ganhar uma continuação este ano ainda); O Que Fazemos nas Sombras (Taika Waititi, 2014); A Dança dos Vampiros (Roman Polanski, 1967); As Bruxas de Eastwick (George Miller, 1987); e Evil Dead (Sam Raimi, 1988).


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