Dica de leitura para fãs de sagas históricas

As Sete Irmãs, de Lucinda Riley, é a dica

Por: Fernanda Lopes  -  28/04/24  -  18:54
Para quem gosta de pesquisa histórica, com pitadas de romance, mitologia, suspense e drama, Lucinda é um deleite
Para quem gosta de pesquisa histórica, com pitadas de romance, mitologia, suspense e drama, Lucinda é um deleite   Foto: Divulgação e Reprodução

Sou uma fã de romances históricos, mas cuja história se alterne entre passado e presente. E uma autora que faz isso com maestria é a irlandesa Lucinda Riley, que faleceu em 2021, deixando em aberto o final de sua mais famosa saga: As Sete Irmãs, editada no Brasil pela Arqueiro. O oitavo e último livro estava incompleto quando ela morreu vítima de um câncer, aos 56 anos. Atendendo a seu desejo, seu filho mais velho, Harry Whittaker, concluiu a obra.


Para quem gosta de pesquisa histórica, com pitadas de romance, mitologia, suspense e drama, Lucinda é um deleite. O primeiro livro da série, A Irmã do Sol, se passa no Brasil e tem como pano de fundo da personagem Maia, a história real (e muito interessante) da construção do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. A autora teve a inspiração após sua primeira passagem por aqui, quando ficou fascinada.


A saga tem como ponto de partida a morte de Pa Salt, um homem misterioso e milionário, que adotou seis meninas, de lugares distintos do mundo e as criou em uma ilha na Europa. Cada livro traz a história de uma delas e o oitavo e último, aquele que ficou a cargo do filho concluir, desvenda o passado do próprio Pa Salt e dá um desfecho sensacional aos livros anteriores.


A originalidade da premissa de Lucinda é admirável. Ela faz uma releitura épica das Plêiades, as filhas de Atlas e Peione, da mitologia grega (e como há nos livros, de outras crenças também). Plêiades ainda é o nome do aglomerado estelar chamado de sete-cabrinhas. Foi admirando o céu em sua casa na Inglaterra que a autora teve a ideia da saga de dimensão mitológica e espiritual.


Cada irmã tem o nome de uma das Plêiades e vem de um país diferente. Elas descobrem suas origens após a morte do pai, que deixa pistas para que partam em busca dos antepassados. Daí vem a parte histórica. Nessas jornadas elas se deparam com seus ancestrais.


Ao narrar essas autodescobertas, a autora leva o leitor a transitar entre passado e presente, cruzando fronteiras e oceanos. Do Brasil à Austrália, passando por Noruega, Espanha, Irlanda e outros países, a série tem um quê de turismo literário, o que explica o aumento das vendas na pandemia.


Tudo funciona porque a autora tem uma escrita daquelas em que não queremos dormir até saber o desfecho. Li o primeiro livro em 2020 e não pude mais parar. Fiz a leitura dos seis livros seguintes quase sem respirar e tive que esperar o sétimo, lançado apenas três semanas antes da morte de Lucinda. A autora já havia planejado o encerramento da história com o título Atlas: A História de Pa Salt, lançado em 2023. Escrito pelo filho, a edição manteve o estilo de Lucinda Riley. Dizem que a saga, que é best-seller em vários países, vai virar seriado de TV. Então, leia antes.


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