Saiba o que o mercado de trabalho vai exigir de seus funcionários

Só o currículo não basta. Habilidades comportamentais são tão importantes quanto qualificação e experiência

Por: Joyce Moysés  -  06/12/20  -  11:08
  Foto: Adobe Stock

Você sabia que os profissionais são contratados pelo currículo e demitidos pelo comportamento?


As soft skills são habilidades comportamentais diretamente relacionadas à inteligência emocional das pessoas. Essas capacidades são, normalmente, adquiridas por meio das experiências vivenciadas ao longo do tempo, e não aprendidas em livros e cursos, como é o caso das hard skills (currículo).


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A falta dessas habilidades provoca problemas comportamentais que afetam os resultados dos negócios e, principalmente, a relação entre interpessoal, causando muitas vezes desgastes e desmotivação. 


Recente levantamento da Robert Half, destaca que, na opinião de 56% dos executivos brasileiros, as soft skills serão cada vez mais demandadas no mundo pós-pandemia. As cinco mais apontadas por eles são:Pensamento estratégico, comunicação, agilidade, inovação e adaptabilidade.


As habilidades comportamentais são comumente definidas como características não técnicas, que permitem que alguém interaja de forma eficaz e harmoniosa com outras pessoas. Elas são vitais para as organizações e podem impactar a cultura, mentalidade, liderança, atitudes e comportamentos. Tais características se enquadram nas seguintes categorias:


Habilidades avançadas de comunicação e negociação.


  • Habilidades interpessoais e empatia.
  • Habilidades de liderança e gestão.
  • Empreendedorismo e tomada de iniciativa.
  • Adaptabilidade e habilidades de aprendizagem contínua.
  • Habilidades de ensino e treinamento.


Segundo Lucedile Antunes, coach e consultora em gestão organizacional, “quando temos essas habilidades comportamentais bem desenvolvidas, conseguimos por exemplo: vender muito melhor as nossas ideias, nos comunicar com clareza, gerenciar nossas emoções quando praticamos a empatia, sermos resilientes quando temos a capacidade de lidar com problemas, superar obstáculos, adaptarmos as mudanças e resistirmos à pressão, trabalhar em equipe, termos iniciativa e motivação, entre diversas outras características”.


Lucedile, que também é coordenadora editorial do livro Soft Skills - Competências Essenciais para os Novos tempos, lançado recentemente pela Literare Books International, afirma que isso leva times e líderes a entregarem melhores resultados, “pois o engajamento, que é algo tão buscado, se torna natural”.


Com a tecnologia transformando a forma como os negócios funcionam, as empresas em todo o mundo têm testemunhado uma crise de talentos e uma crescente lacuna de habilidades. Ao selecionar candidatos para funções de alta demanda, o foco tem sido principalmente nas habilidades técnicas e essenciais, como análise de dados, inteligência artificial, entre outras, embora pouca importância tenha sido dada às habilidades pessoais. 


Porém, um número crescente de empresas está procurando candidatos com habilidades sociais juntamente com conhecimento técnico e isso tende a aumentar. Em um relatório da Accenture, intitulado  Alimentando a Revolução de Competências da Índia, a maioria dos graduados técnicos não possui características como resiliência, adaptabilidade e liderança. 


Então, por que elas são importantes? Qual valor agregam? Por que são uma combinação de habilidades sociais, de comunicação, com as analíticas, que permitem que um indivíduo interaja de forma eficaz com outras pessoas, tanto dentro quanto fora do local de trabalho e desempenhe as funções técnicas adequadamente. Também são essenciais: pensamento analítico e criativo, ideias fora da caixa, design e mentalidade centrada no consumidor, visão de negócios e agilidade. 


Além das habilidades comportamentais mencionadas. ”Os profissionais devem se concentrar ainda em adicionar habilidades como comunicação escrita e oral, apresentação, gestão de pessoas e resolução de problemas ao seu currículo para um progresso mais rápido na carreira”, afirma a especialista Lucedile Antunes.


No ano passado, a Google divulgou um estudo interno que analisou as equipes para determinar os grupos mais inovadores e produtivos dentro da empresa. Descobriram que suas melhores equipes não eram aquelas cheias de cientistas de ponta, mas sim os que contribuíram com fortes habilidades pessoais para o processo colaborativo. Outras pesquisas revelaram que importantes indicadores de sucesso na Google são boa comunicação, percepção sobre os outros e liderança empática. Mas não são apenas as principais empresas de tecnologia que estão encontrando valor nesses tipos de habilidades.


Lucedile Antunes dá dicas para desenvolver suas soft skills:
Tome consciência das possibilidades atuais e futuras. “É preciso um movimento de entendimento das possibilidades futuras e das oportunidades para a evolução. Ponderar os prós e contras de continuar como está pode ser o início do seu processo de desenvolvimento das soft skills”.


Saia da zona de conforto. Se você quer buscar a sua melhor versão, o seu primeiro passo é estar aberto para sair da zona de conforto, em busca do desenvolvimento de novos comportamentos. Sem este desejo de mudança, nada será possível.


Busque autoconhecimento. Se autoconhecer significa reconhecer suas fortalezas e fraquezas, significa conhecer a si mesmo, e mergulhar nessa jornada.


Perspectivas futuras. No pós-pandemia, as competências pessoais serão mais procuradas. Criatividade, gestão de pessoas, pensamento crítico e inteligência emocional respondem por metade das dez principais habilidades. “Elas oferecem a capacidade de navegar no ambiente de negócios em constante mudança”.


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