Renove seu conhecimento com o 'lifelong learning'

Já ouviu falar em lifelong learning? É o desejo por aprender sempre mais, que está latente em várias faixas etárias

Por: Joyce Moysés  -  30/12/19  -  11:47
  Foto: Adobe Stock

As pessoas entram em 2020 sentindo necessidade de aprender coisas novas como hábito,porque o mundo está exigindo essa abertura ao novo. “Sim, existeum desejo genuíno de querer acompanhar esse mundo novo”, confirma a psicóloga Vera Furquim, professora de Gestão dePessoas, Relações Humanas no Trabalho e Ética/Cidadania Organizacional, com enfoquena Psicologia Positiva.


Vera avalia que a tecnologia,com seu imediatismo, fez várias gerações quererem se moldarà realidade atual, refletindoa todo momento: “preciso melhorar, saber trabalhar com minhas habilidades e adquirir outras”, mesmo que alguma frustração seja inevitável, já que as mudançassão muitas e rápidas.


Instintivamente, as pessoastêm a necessidade de secomunicar, de se relacionar,de estar presente na vidado outro... Por isso, essamotivação constante de aprender como meio de se envolvercom o momento. “Quanto mais aprendemos, mais nós sabemoslidar com qualquer questão emocional, intelectual ou social”, avisa a psicóloga, lembrandoque a mente precisa ser exercitada. “Eu mesma procuro essa evolução, faço MBA com a perspectivade continuar estudando”.


Pesquisas mostram quegente de idades variadas quer esse lifelong learning (aprendizadopela vida inteira). Levantamento feito pela Companhia de Estágios mostra que essa é a principalrazão para a busca de um estágio.O diretor da empresa, Tiago Mavichian, conta que 80% dosestudantes procuram se expore testar áreas, atividadese desafios novos, conhecendo e aprendendo ao máximo para escolher o setor em que atuarão.


A população 50+ também está nessa. “Aprender coisas novas e administrar melhor o dinheirosão desejos maiores do que descansar na aposentadoria”, afirma Renato Meirelles,do Instituto Locomotiva, que apresentou mais um Dossiê Longevidade no 14° Fórum da Longevidade, em novembro.


Sem ansiedade


“É estimulante saber que tanto jovens quanto a população 50+ querem aprender coisas novas,ter novas carreiras e experiências”, diz Vera Furquim. Como háexcesso de informação disponívele não conseguimos absorver tudo, fica o desafio de controlar a ansiedade. Para a psicóloga,a pergunta é complexa, mas tem resposta simples: ser paciente.


O que significa ter a virtudede suportar o imediatismo atual sem perder a calma. “Como sociedade, desaprendemos a esperar nossa vez e a ver o tempo passar sem anseios. Que bomque a prática da meditação estáem evidência para melhorara qualidade de vida e a saúde”, comenta Vera, acrescentandoque os benefícios vão alémdo relaxamento. “Em doses homeopáticas, a atividade cerebral é estimulada, havendo diminuição na atividade da amígdala, região responsável por regular as emoções, o que reduz emquase 40% a ansiedade”.


Passos em outra direçãoA mudança recente de AdrianaFarina, de 52 anos, vai encorajar quem almeja novos aprendizados.Depois de atuar como advogadaem escritórios de renome, ficou mais seletiva e começou a ponderar mais sobre seu futuro. “Eu decidi fazer algo que pudesse me darretorno financeiro, porém usando minha habilidade manual nata”.


Em 2013, Adriana cursou Design de Interiores; em 2017, Design de Calçados e Bolsas, por ter se descoberto designer de calçados. Ela estudou sobre o mercado edecidiu criar sandálias de luxo trabalhadas manualmente e em tiragens limitadas, como joiaspara os pés. Cada par leva, em média, três dias para ficar pronto e combina técnicas de alta-costura, como bordados e entrelaçamentos, com efeito tridimensional.


Ciente de sua responsabilidade social, Adriana capacitou mulheres da periferia paulista para bordar, manualmente, os 14 modelos da sua primeira coleção. O quea designer deseja em 2020? “Consolidar a minha marca e ter certeza de que estou no caminho certo”, responde, sorrindo.


Aumente a vontade


Não faltam chances para aprender coisas novas em 2020. Somente para aguçar essa vontade, seguem duas dicas na Baixada Santista:


Para participar de oficinas e vivências de autoconhecimento, a pedida é juntar-se ao OrganicaMente Criativa.O grupo se reunirá às terças-feiras(a partir de 14 de janeiro) no espaço Era, no Macuco. “Começa comuma meditaçãozinha guiada, seguida de roda de conversa a respeito de um tema (já tratamosde ego, anos 80, dualidades,África...), e termina com umaoficina prática de arte”, conta o psicólogo Rafael Godoy, que é facilitador. Haverá ainda um dia inteiro de retiro urbano em25 de janeiro; a programaçãoestará em breve na páginado projeto no Facebook.


Já quem curte estar no mar pode aproveitar a sugestão do especialista em Marketing Renato Melo de aprendercanoa havaiana com a EscolaCanoa Caiçara, localizada naPonta da Praia. “Como eu faço
esse esporte coletivo, possogarantir que é para qualquer idade. As turmas formadas percorrem, durante as aulas, o trajetoPonta da Praia-Guarujá, com destaque para praias paradisíacas como Sangava e Cheira Limão”.


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