Quando a Capcom anunciou a data de lançamento do remake de Resident Evil 3, jamais poderia imaginar que a estreia do game se daria no momento mais propício possível, não só porque é uma ótima opção de entretenimento para o isolamento social, como também por causa de seu tema. Afinal, a famosa série de jogos gira em torno de uma pandemia, provocada por um vírus desenvolvido em laboratório pela corporação Umbrella, para ser uma arma biológica – que sai do controle e passa a transformar as pessoas em zumbis.
Disponível para PS4, Xbox One e PC e legendado em português, o remake já surpreende logo de cara por começar com um vídeo feito com atores reais, o que vai cativar principalmente os fãs, pois o estilo da gravação exala saudosismo e remete à abertura do primeiro jogo da franquia.
Ao mesmo tempo, essa sequência me chocou, em especial por uma das primeiras palavras a aparecer na tela ser “pandemia”, durante a aparição de uma repórter de TV. Ou seja, a experiência de se aventurar no mundo de Resident Evil 3 ganha um significado completamente diferente hoje em dia, ainda mais que, na reta final da saga de Jill Valentine para escapar da infectada Raccoon City, você precisa preparar uma dose da vacina para o vírus T.
Além de modernizar o clássico game, com belos gráficos e controles que mantém a essência da franquia, o remake consegue melhorar o que já era bom demais, introduzindo personagens e trechos inéditos, como o apartamento de Jill, onde ela sonha que está virando zumbi!
Também merece destaque o fato de o aliado da heroína, Carlos Oliveira, ganhar mais espaço na trama, com partes jogáveis. Em uma delas, o soldado sul-americano da Umbrella explora a delegacia de polícia de Raccoon City, antes da chegada de Leon S. Kennedy – o que marca o início de Resident Evil 2.
Grande rival
Os confrontos de Jill com o monstrengo Nemesis ao longo da campanha ficaram ainda mais épicos e cinematográficos. Ah, a estrutura básica do jogo está lá: das ruas da cidade, você vai para o metrô, o esgoto, o hospital local e, como não poderia deixar de ser, o desfecho da aventura se dá em um laboratório subterrâneo da Umbrella.
Para concluir o game, são necessárias de dez a 12 horas, em média. Após os créditos, dá para comprar armas inusitadas e até a roupa que Jill usou no primeiro Resident Evil.
On-line
Outro diferencial do remake é o de trazer um multiplayer inédito, chamado Resistance. Mas que fique claro: ele não tem uma conexão direta com o game.
Os gráficos, apesar de bonitos, se mostram menos classudos, pois a campanha e o modo on-line não foram desenvolvidos pelo mesmo estúdio. Nesse multiplayer, quatro jovens – há seis opções de personagens – participam de um experimento da Umbrella, em que devem percorrer ambientes típicos da série em busca de itens para viabilizar a sua fuga, enquanto enfrentam zumbis e outras criaturas conhecidas os perseguem.
Detalhe: quem quiser pode jogar do lado dos vilões. Nesse caso, você utiliza as câmeras de monitoramento para atrapalhar as cobaias, liberando monstros como o Mister X, de Resident Evil 2. A diversão, portanto, está garantida.
A única coisa chata é que, às vezes, demora um pouco para você conseguir entrar numa partida on-line, principalmente se for jogar do lado dos vilões.