Higiene em dia

Especialistas dão alívio aos tutores reforçando que não existe transmissão de coronavírus dos pets para os humanos. No entanto, há outros cuidados que não podem ser negligenciados

Por: Júnior Batista  -  21/03/21  -  19:18
  Foto: Adobe Stock

Com a pandemia, surgiu umadúvida entre tutores: se havia algum tipo de risco com os bichinhos.
Mas, segundo especialistas, podemos ficar tranquilos: eles não transmitem coronavírus. “Até hoje, não existe nenhum trabalho científico que mostre a transmissão de cães, como vetores, para humanos”, afirma o médico-veterinário Gustavo Palmieri.


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Entretanto, ainda assim épreciso ficar de olho na hora dopasseio. As recomendações de distanciamento, aglomeração e toque entre pessoas também valem para os bichinhos, segundo Palmieri.


O que acontece é que não podemos esquecer que o toqueem cães equivale ao toque em objetos. Sabe o novo hábito de higienizar compras e utensíliosque pegamos com as mãos? Também vale ao sair para passear com o pet, com relação às pessoas que fizerem carinho nele na rua.
“O toque nos cães pode ser comparado ao toque em superfícies de objetos. Em caso de contaminação por alguém infectado, existe a possibilidade de contágio. Recomendamos usar sempreo álcool em gel nas mãos após manipular um animal que passeia na rua”, explica o veterinário.


A orientação também servena hora de retornar para casa. Assim como estamos nos preocupando com calçados, muitas vezes deixando-os do lado de fora do lar quando chegamos da rua, é bacana ter um cuidado maior com as patinhas do pet.
“É super-recomendado limpar as patinhas depois do passeio. Água e sabão já inativam o vírus”, diz Palmieri. Mas atenção ao reforço que o veterinário faz: “não utilize álcool em gel nas patinhas do cão”.


Além do vírus


E como não há só o novo coronavírus circulando por aí, a boa higienização dos pets também é válida paraevitar outras doenças. Palmieri recorda que os tutores, alémde terem a preocupação com as vacinas, precisam não esquecer de outrostipos de transmissões
que podem acontecer. “Existem doenças como leptospirose, raiva,larva migrans cutânea (bicho-geográfico), leishmaniose e outras. Temos que observar para não haver a contaminação e a transmissão entre cães eseres humanos. Essas são as chamadas zoonoses”, explica.


Nesses casos, a recomendação para preveni-las é sempre levarseu animalzinho ao veterináriocom frequência. “Para tero uso correto de vermífugose vacinação anual, com a V10e a antirrábica”, completa.


Fora isso, vale ficar deolho nos banhos também.“A indicação sempre é levar
no pet shop para banhosquinzenais. Caso você dê banho em casa, não deixe de usarxampus próprios para cães.Banhos extras em casos específicos são aceitos, como quando háa entrada em água do mar ou piscinas, sujeiras indesejadas e patologias dermatológicas”.


Veterinária especializadaem oftalmologia pela Associação Nacional de Clínicos Veterináriosde Pequenos Animais – SeçãoSão Paulo (Anclivepa-SP), Carinne Liessi Brunato reforça, ainda, que o cuidado com os olhos, nessas situações, deve ser maior.
“Quando os tutores dãobanho em casa ou levam paraalgum pet shop, é importante se certificar de que a temperatura e a intensidade dos sopradoresou secadores estão adequadase se não estão direcionandoo jato de ar diretamente paraos olhos do pet. Do contrário,isso pode levar o cãozinho adesenvolver blefarospasmo ou prurido (coceira) ocularou na face”, comenta.


Coceiras


Para tentar prevenirquaisquer tipos de alterações,a médica-veterinária explicaque as principais modificaçõesque os tutores podem verificar sãococeira (prurido ocular ou na face),o pet ficar piscando constantemente (blefarospasmo) e intolerância à luz (fotofobia), evoluindo atépara apatia e diminuição de apetite. “Também é possível observarolhos vermelhos ou até mesmosecreção ocular em excesso”,acrescenta a especialista. De acordo com levantamento realizadopelo aplicativo da DogHero,com mais de um milhão de tutores cadastrados na plataforma,em 2019, as raças braquicefálicas shih tzu, buldogue francêse lhasa apso estão entre asdez mais populares no Brasil.


Para os tutores que possuem cães dessas raças, a dica é redobrar o cuidado com eles. “Observamos que os cachorros que pertencem às raças braquicefálicas apresentam uma incidência maior de doenças relacionadas aos olhos, devido à exposição do bulbo ocular”, afirma Carinne.


Entretanto, tal cuidado nãose limita a esses pets, pois todosos cães são suscetíveis àsdoenças oculares, diz a veterinária.


Cartilha


As empresas DogHero e Petlove lançaram uma cartilha,gratuita, sobre os cuidadosbásicos para manter a saúdedo bichinho em dia. Ela foi feitaem formato de e-book, assimas pessoas podem baixá-la.


O Guia Rápido de Saúde dos Pets traz informações importantessobre check-up, vacinas decães e gatos, alimentação,a importância do veterinárioe ainda explicações sobrecuidados com pulgas, carrapatos, mosquitos e vermes.
“Os pais de pets de todoo Brasil irão se beneficiar comesse novo e-book. Cada animalé único, por isso devemostratá-los de forma individual, levando em conta seu estilode vida, espécie e particularidades. O ato de cuidar bem do bichinhode estimação irá garantir queele tenha uma longa vida, proporcionando muitas alegrias e amor para a família inteira”, afirma a médica-veterinária Thaís Matos.


A coordenadora de conteúdo veterinário Jade Petronilho comemora a novidade. “Nossa intenção é levar informação de qualidade, com dicas que ajudemos pais e as mães de pets amanter a saúde do animal emdia e a identificar com mais facilidade os sinais que o bichinho dá diariamente. Mas sempre deixando claro o quanto é fundamental ter acompanhamento de todo o processo junto a um veterinário para adotar as melhores práticas em cada caso”, conclui.


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