Ghost of Tsushima põe você no papel do samurai que deve acabar com o domínio mongol; leia a análise

Último grande jogo exclusivo de PS4, ele sai nesta sexta. Baseado em fatos históricos, tem mundo aberto e belo visual

Por: Stevens Standke  -  16/07/20  -  21:01
  Foto: Divulgação

Último grande game exclusivo de PlayStation 4, que chega nesta sexta-feira ao catálogo do console, Ghost of Tsushima se baseia num acontecimento histórico – a invasão mongol no Japão, no século 13 – para fazer com que o jogador vivencie o que é ser um samurai.


O mais legal nisso é que a Sucker Punch, produtora que não lançava nada desde Infamous Second Son e First Light (ambos de 2014), evitou romantizações desnecessárias e teve o cuidado de abordar, com bastante ênfase, os dilemas enfrentados por esse tipo de guerreiro, principalmente o de se manter fiel ao seu severo código de honra.


Afinal, a história gira em torno de Jin Sakai, um dos últimos samurais sobreviventes da ilha de Tsushima, que vive assombrado pelos fantasmas do seu passado – ainda garoto, ele viu o pai morrer na sua frente, durante um combate. A partir daí, passou a ser criado pelo tio e governante local, lorde Shimura.


Jin vive dilema: agir pela conduta moral samurai ou lutar de forma
Jin vive dilema: agir pela conduta moral samurai ou lutar de forma "não honrosa"   Foto: Reprodução PS4

O game começa após o líder da ilha ser capturado pelos mongóis e, para salvá-lo, Jin deve não só recrutar aliados como decidir se irá respeitar o princípio samurai de lutar de forma ética ou se irá invadir os acampamentos e fortalezas inimigas de maneira furtiva, atacando os guardas pelas costas, enquanto menos esperam.
Esse conflito moral também diz muito sobre a dinâmica de jogo de Ghost of Tsushima, pois, ao longo da aventura, você vai ativando e aperfeiçoando tanto habilidades de combate “honrado” (com a espada) quanto recursos e artimanhas que vão contra o código de conduta samurai (bombas explosivas e de fumaça, objetos para distrair os mongóis e assim por diante). Ainda é possível personalizar roupas e chapéus ou capacetes.
E no decorrer do game, vão sendo liberadas diferentes posturas de luta samurai. O que exige que você aprenda a manusear o controle e adapte suas táticas para cada estilo de combate – algo bem divertido e instigante, vale dizer.


 Após perder o pai, Jin é criado pelo tio. Agora, deve salvá-lo (Reprodução PS4)
Outro aspecto interessante é que, durante as missões, dá para chamar os rivais e desafiá-los para um confronto bem teatral/cinematográfico. Sem falar que as lutas contra os chefes possuem uma dinâmica própria, com câmeras mais aproximadas e dramaticidade na medida certa – nessa hora, não há outra saída senão se prender aos princípios samurais, porque todas as habilidades "não honrosas" ficam desativadas.
Fantasma lendário
Por causa de seu comportamento ao enfrentar os mongóis, Jin se torna uma espécie de lenda para a população da ilha, que o apelida de Fantasma de Tsushima. Daí o nome do game. Isso, inclusive, abre uma habilidade extra: a Fantasma, que só pode ser utilizada depois de você ficar um período sem levar nenhum golpe dos inimigos.


Em certas missões, você deve se infiltrar em acampamentos e fortalezas mongóis
Em certas missões, você deve se infiltrar em acampamentos e fortalezas mongóis   Foto: Reprodução PS4

Ah... Quando esse recurso é ativado, os embates se tornam ainda mais dramáticos e teatrais/cinematográficos, com imagens em preto e branco, reforçadas por toques de vermelho, o que remete à linguagem usada em filmes orientais clássicos.
Mundo aberto
Totalmente em português, Ghost of Tsushima é dividido em três atos, e transforma a ilha onde sua trama se passa em um bonito mundo aberto. Nele, merecem destaque as paletas de cores, que retratam muito bem a atmosfera do Japão feudal e que, em alguns momentos, são capazes de converter alguns cenários em verdadeiros quadros – as imagens podem ser registradas, com o modo fotografia.


As lutas com chefes têm câmera aproximada e são dramáticas (Reprodução PS4)
Voltando a falar da história: depois de resgatar lorde Shimura, Jin e o tio se unem para livrar a ilha do domínio mongol e derrotar o comandante das tropas rivais, Khotun Khan. A trama do game se encontra dividida em “contos”, de três tipos: os de Jin, que são missões obrigatórias e fazem o enredo principal avançar; os de Tsushima, quests paralelas envolvendo aliados do samurai ou moradores locais; e os Míticos, desafios secundários com um toque de fantasia, que liberam itens raros.
Desse modo, quem se permitir explorar de verdade tudo o que Ghost of Tsushima tem a oferecer terá tranquilamente pela frente mais de 30 horas de jogo. Algumas passagens são inusitadas, como quando Jin medita e você tem a chance de escrever haicais, ou quando ele entra numa área termal pelado, para se revigorar. Em compensação, determinadas missões alternativas acabam sendo um tanto quanto repetitivas.


 Khotun Khan é o grande vilão. Ele lidera os mongóis (Foto: Reprodução PS4)
Duas boas sacadas da Sucker Punch para cativar o jogador a explorar o mundo aberto do jogo são pedir auxílio ao vento, que indica para que lado se deve ir para chegar aos lugares desejados; e o fiel amigo animal de Jin: um cavalo que não só é totalmente customizável como aumenta a sensação de aventura e diversão.
Em outras palavras, permita-se mergulhar de cabeça no universo de Ghost of Tsushima, porque, mesmo com altos e baixos, é um game que vale a pena e prepara bem o terreno para a chegada do PlayStation 5, no fim do ano.


Para se locomover pelo mundo aberto, você tem auxílio do vento e do seu fiel cavalo
Para se locomover pelo mundo aberto, você tem auxílio do vento e do seu fiel cavalo   Foto: Reprodução PS4

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